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domingo, 9 de fevereiro de 2025

Máos vazias de ti


Se as mãos sem teu abrigo, 
os meus olhos, por castigo, 
já não podem mais chorar, 
labios secos, voz sem fala, 
dor agreste que se instala, 
por não me saberes amar 

No silêncio, o peito cala, 
cada sombra que se instala, 
saudades a devorarem, 
mas na dura realidade, 
mãos vazias, frialdade, 
sem ter poiso onde morarem 

 
Sabe-se lá se o amor, 
É um espelho sem calor, 
que reflete estar sem ti 
nos meus lábios, teu sabor, 
nos meus olhos, o torpor, 
nas mãos, tudo o que perdi 

O segredo, tão guardado, 
é vazio, silêncio dado, 
num suspiro mais profundo. 
plhos secos, naufragados, 
lábios rubros, condenados, 
num adeus ser fim do mundo. 


 Alfredo Correeiro-Fado Correeiro

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