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domingo, 10 de junho de 2012

Ovelha negra

Há já muitos anos que ouvi com muito agrado Helena de Castro cantar nos Ferreiras em Lisboa, onde cantou algum tempo, junto do grande mestre Fernando Maurício. Perdi-lhe o rasto, mas não esqueci a sua magnífica voz de tonalidade grave que muito me agrada e a forma como interpreta os fados do seu vasto repertório.

Quando se canta o fado, sem que as palavras façam doer na alma de quem ouve, é sinal que saíram por acaso boca fora de quem as disse e isso sente-se, eis a razão porque vozes estupendas não triunfam junto de quem as ouve e outras quase sem explicação aparente permanecem eternamente na memória de quem ama o fado.

Este é o caso de Helena de Castro, basta ouvi-la uma noite para se perceber que cada fado que canta, nunca lhe é indiferente ainda que saibamos que o cantou centenas de vezes.

Voltei a reencontra-la,numa noite de fado em Portimão, no café Nacional onde acontece fado de 15 em 15 dias sempre com a presença do guitarrista Ricardo Martins e do viola Aníbal Vinhas

Este fado é um poema de João Dias aqui cantado sobre a música do fado 3 bairros de Casimiro Ramos

Chamaram-me, ovelha negra,
Por não aceitar a regra,
De ser coisa, em vez de ser,
Rasguei o manto do mito,
E pedi mais infinito,
Na urgência de viver.

Caminhei vales e rios,
Passei fomes, passei frios,
Bebi água dos meus olhos,
Comi raízes de dor,
Doeu-me o corpo de amor,
Em leitos feitos de escolhos,

Cansei as mãos e os braços
Em negativos abraços
Em que a alma, foi ausente,
Do sangue das minhas veias,
Ofereci taças bem cheias,
Á sede de toda a gente

Arranquei, com os meus dedos,
Migalhas de grãos, segredos
Da terra, escassa de pão,
E foi por mim que viveu
A alma que Deus me deu,
Num corpo feito razão





Fonte ; blog de Ricardo Martins

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Até cada adeus

Volto a lembrar aqui a fadista Romy Barra, neste cantinho onde procuro sempre lembrar gente do fado, em especial grandes intérpretes , nem sempre muito falados, é o caso desta senhora.

Este fado tem letra do Dr.Almeida Santos para o fado 3 bairros de Casimiro Ramos

Custa tanta a dizer
este adeus que tem que ser,
a vida quis deste jeito,
digo-te adeus mas não digo,
pois fica sempre comigo,
a saudade no meu peito

Adeus até cada rosto
onde eu vejo esse desgosto,
que com desgosto em mim vive,
adeus até cada olhar,
onde eu veja o teu olhar,
como agora o vejo triste,

Adeus até cada fado
bem fadado ou mal fadado,
que eu cantar pensando em ti,
adeus até à saudade,
da mentira ou da verdade,
da vida que não vivi.

Adeus até cada grito,
cada desejo infinito,
dos beijo que te não dei.
se outra boca eu beijar,
beija-la-ei a chorar,
pois só a ti beijarei.

Adeus até cada aurora
como esta em que nós agora,
ouvimos dobrar um sino,
adeus até cada adeus,
em que aos pobres olhos meus
cumpre chorar o destino




quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Quem me dera ser o vento

Marco Rodrigues nascido que nos Arcos de Valdevez vem para Lisboa com a mãe, o fado entrou-lhe pela vida dentro sem pedir licença.

Marco Rodrigues acompanha-se muitas vezes à viola.pois como ele diz Sinto-me muito mais confortável sendo eu a tocar viola porque a minha forma de estar na música, ao vivo, é um pouco irreverente. Gosto de controlar as dinâmicas, os andamentos, de ser eu a segurar o todo. Quando se concentra essa energia só a cantar é fantástica. Mas quando se concentra essa enegria a cantar e a tocar, levando as dinâmicas lá para cima ou cá para baixo, ainda é melhor”.

Ele canta aqui esta letra de Rui Manuel para o fado 3 bairros de Casimiro Ramos


Quem me dera ser o vento
pra levar ao esquecimento
qualquer lembrança de ti,
e as leves folhas do Outono
transportassem sem retorno
tantas mágoas que vivias.

Quem me dera ser a lua,
para espreitar cada rua,
em que passámos os dois
ser uma nuvem teimosa,
que chovesse impiedosa,
para nos apagar depois.

Quem me dera ser o vento
que não passasse tão lento,
dentro de mim a doer,
ser a urgência dum beijo,
que me matasse o desejo,
e esta sede de te ver.

Quem me der ser verdade,
quer matar esta saudade,
tão grande do teu olhar,
quem me dera que quisesses,
o amor que me oferecesses,
todo o amor que quero dar.