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terça-feira, 24 de maio de 2011

Carmencita


Não nego a minha simpatia pela voz de António Pelarigo, bastas vezes aqui apresentado. Agora um fado fado muito antigo uma criação de Amália Rodrigues com letra de Frederico de Brito e música de Pedro Rodrigues

Chamava-se Carmencita
A cigana mais bonita
Do que um sonho, uma visão
Diziam que era a cigana,
Mais linda da caravana,
Mas não tinha coração

Os afagos, os carinhos
Perdeu- os pelos caminhos
Sem nunca os ter conhecido
Anda buscando a aventura
Como quem anda a procura
De um grão de areia perdido

Numa noite , de luar,
Ouviram o galopar
De dois cavalos fugindo
Carmencita, linda graça
Renegando a sua raça,
Foi atrás de um sonho lindo

Com esta canção magoada
Se envolve no pó da estrada
Quando passa a caravana
Carmencita, carmencita
Se não fosses tão bonita,
Serias sempre cigana

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Súplica

Um dos meus fados favoritos, incluído no seu album Do amor e dos dias, este fado é de autoria de Frederico de Brito com música de Ferrer Trindade

Já quantas vezes
Te pedi que me esquecesses
Ou que ao menos não viesses
Não voltasses mais aqui
Pois tu não vês
Que o mau viver que tu me dês
Só pode ser por malvadez
E eu não espero mais de ti

Já quantas vezes
Te implorei por caridade
Que encobrisses a maldade
Que há-de ir sempre onde tu vais
Eu poderei ser um traidor
Fugir à lei do que amor
Sofrer bem sei
Mas prender-me nunca mais

Ainda agora
Eu bem sei que tu não gostas
Vou pedir-te de mãos postas
Que me dês o que era meu
Vagas paixões, meus tristes ais
Mil tentações e pouco mais
Do que ilusões
Que o amor…esse morreu



domingo, 14 de março de 2010

Acordem as guitarras

Trago aqui um fadista que se chama Helder Coelho. Por certo decnhecido para grande parte das pessoa, já que é fadista que tem circunscrito a sua vida de artista ao Algarve. Nasceu em Faro e conta actualmente 56 anos

Este fado tem letra de Frederico de Brito e música de Eugénio Pepe

Acordem os fadistas

que eu quero ouvir o fado

p’las sombras da moirama

p’las brumas dessa Alfama 

plo Bairro Alto amado. 




Acordem as guitarras
até que mãos amigas
com a graça que nos preza
desfiem numa reza
rosários de cantigas. 


Cantigas do fado

retalhos de vida

ombrais dum passado

de porta corrida 

São ais inocentes

que embargam a voz
das almas dos crentes

que rezam por nós. 


Acordem as vielas

aonde o fado mora

e há um cantar de beijos

em marchas de desejos

que vão pela rua fora. 



Acordem as tabernas

até que o fado canta

em doce nostalgia

aquela melodia

que tanto nos encanta.


quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Andorinhas

Carlos do Carmo fez no passado dia 21 de Dezembro, 70 anos. Filho de Lucília do Carmo, imagino que nem ele próprio saberá quantos anos tem de carreira fadista, porque calculo que terá tantos quantos de vida mais os de tempo de gestação.

Nasceu no fado e não sou eu que vou acrescentar seja o que for à história por demais conhecida da importância que ele tem para o fado em Portugal


Letra de Frederico de Brito música de Lino Bernardo Teixeira na Fado Guinginha

Eu vi partir no mês de Outono as andorinhas
E uma vi eu, querer-se mostrar mais desenvolta
Que chilreado elas faziam, coitadinhas
Talvez dizendo o seu adeus, até á volta

Essa ficou junto ao beiral do meu telhado
Eu estranhei de não a ver partir com as mais
Porque afinal nessa manhã de sol doirado
Tudo saiu, tudo abalou dos seus beirais

Tempo depois, tornei a vê-la entristecida
Junto do ninho onde se ouvia outro piar
O companheiro ali ficara de asa ferida
Sem se mover, sem forças ter para voar

Nada faltou, nem até um gorjeio terno
Naquele ninho, onde a amizade é tão sincera
Que Deus lhes dê suave e quente, o duro Inverno
E faça vir o mais depressa, a Primavera



quinta-feira, 10 de abril de 2008

Aquela janela virada pró mar

Tristão da Silva de novo cantando um fado de Frederico de Brito.

Fica a nota que será por certo a última vez que publicarei um fado sem ser acompanhado à guitarra e à viola. Só o facto de ser o Tristão da Silva a cantar me fez abdicar desse princípio.

Chamo a atenção ara a profundidade daqueles graves quando diz que eu deixei um dia, ninguém canta assim, continua a ser um deslumbre ouvi-lo.


Cem anos que eu viva não posso esquecer-me
Daquele navio que eu vi naufragar
Na boca da Barra tentando perder-me
E aquela janela virada pró mar

Sei lá quantas vezes desci esse Tejo
E fui p´lo mar fora com a alma a sangrar
Levando na ideia os lábios que invejo
E aquela janela virada pró mar

Marinheiro do Mar Alto
Olha as ondas uma a uma
Preparando-te um assalto
P´ra fazer teu barco em espuma

Repara na quilha bailando na crista
Das vagas gigantes que o querem tragar
Se não tens cautela não pões mais a vista
Naquela janela virada pró mar

Se mais ainda houvesse mais fortes correra
Lembrando-me em noites de meigo luar
Duns olhos gaiatos que estavam à espera
Naquela janela virada pró mar

Mas quis o destino que o meu mastodonte
Já velho e cansado viesse encalhar
Na boca da barra e mesmo defronte
Daquela janela virada pro mar

Marinheiro do mar alto
Olha as vagas uma a uma
Preparando-te um assalto entre montes de alva espuma
Por mais que elas bailem numa louca orgia
Não trazem desejos de me torturar
Como aquela doida que eu deixei um dia
Naquela janela virada pró mar




quarta-feira, 26 de março de 2008

Em cinco minutos

Tristão da Silva um fadista de Lisboa, com um voz única, bem como a sua capacidade de cantar em tons graves, inigualável

Dos muitos êxitos que faziam parte do seu repertório e que vou tentar trazer aqui alguns destaco hoje este com autoria letra e música de Frederico de Brito



Há cinco minutos
Que saiu daqui
Ia como louca
Com os olhos vermelhos
E um sorriso triste
Ao canto da boca

Há cinco minutos
Estive eu calado
A espiar-lhe os gestos
E olhava o relógio
Como se os minutos
Lhe fossem funestos

Tu ainda não sabes
Como o tempo passa
Com a divina graça
e os olhos enxutos
Mas quando o remorso
que é como um castigo
Na alma aparece
A gente envelhece
Em cinco minutos

Há cinco minutos,
Estive a lembrar
Do tempo passado
Do tempo em que andava
Perdido por ela
Sonhando acordado

Há cinco minutos
Fiz contas à vida
E aquilo foi breve
Mas tu nem calculas
Nem fazes ideia
Do que ela me deve

Tu ainda não sabes
etc.e etc.