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sexta-feira, 25 de março de 2011

Olhos da cor do mar

Aqui canta uma letra de João Ferreira Rosa sobre música do fado amora de Joaquim Campos


Teus olhos verdes são mares
Que a lua vem namorando
São saudades,são cantares
São olhos tristes chorando
São as ondas pensamentos
Que o teu olhar me deixou
São estrelas mortas lamentos
Que o teu mar despedaçou
Meu barco quero levar
Ao final do horizonte
Ver teus olhos ao luar
E neles morar de fronte
Passa o vento nos escolhos
Como o teu triste cantar
No verde mar dos teus olhos
Ando sempre a naufragar




terça-feira, 15 de março de 2011

Olhos marotos

Raquel Tavares fez à pouco 25 anos. Nasceu em Lisboa. Venceu o maior concurso de música dedicado ao fado em Portugal Grande Noite do Fado em 1997 em juvenis.

Ela canta regularmente no "Bacalhau de molho", uma das casas de fado mais famosas em Lisboa , e fez shows por todo a Europa , em cidades como Paris , Roma ou Madrid .

Seu primeiro álbum foi lançado em 2006 e este foi também o ano em que ela foi a vencedora do Prémio Revelação Amália Rodrigues é desse albúm este fado com letra de Linhares Barbosa e música de Jaime Santos e que foi uma criação de grande êxito de Lucília do Carmo

Diz aos teus olhos garotos / Vivos marotos / Pretos, rasgados
Que não andem p'las esquinas / Feitos traquinas / E malcriados
Que não sigam as meninas / Simples, ladinas / Dos olhos meus
De tudo acho capazes / Os maus rapazes / Dos olhos teus

Teus olhos amendoados / São comparados / A dois cachopos
Que quando topam meninas / Pelas esquinas / Dizem piropos
É preciso que lhes digas / Que as raparigas / Nem todas são
Como as pedras que há nas ruas / Gastas e nuas / Sem coração

Diz-lhes tudo sem ralhares / Sem te te zangares / Tem mil cuidados
Sim, que para entristecê-los / Prefiro vê-los / Nos seus pecados
Não quero os teus lindos olhos / Correndo abrolhos / Livre-nos Deus
Que causassem tais ruínas / Estas meninas / Dos olhos meus

A letra foi retirada desse magnífico blog de fado Fados no fado


quinta-feira, 10 de março de 2011

Bons tempos

Natália dos Anjos nasceu em Lisboa.

O percurso artístico de Natália dos Anjos cruzou-se com o do poeta João da Mata.
Conhece também o poeta Gabriel de Oliveira, que mais tarde vem a ser seu companheiro.
João da Mata e Gabriel de Oliveira, dois grandes nomes na composição de Fados, que escreveram para ela, o que lhe proporcionou um notável repertório.

ler mais sobre ela no Lisboa no Guiness

Aqui canta uma letra de José Galhardo para uma música do Arnaldo de Brito

Tempos antigos, tempos passados
Tempos de artistas, tempos mortos que vivi
Velhos amigos, velhos pecados
Velhas fadistas que eu não vejo agora aqui

Já lá estão todos, já lá estão todas
Já lá não falta senão eu que espera a vez
Foram-se as modos, foram-se os modas
Foi toda a malta do meu tempo com vocês

Chorai, chorai
Por mim, por mim
Que eu sou dum tempo que lá vai, eu vi no fim
Passou, passou
Morreu, morreu
E desse mundo que acabou, fiquei só eu

Vi as esperas, vi as toiradas
Pegas e tudo no bom estilo português
Vi as galeras, vi as cegadas
O velho entrudo com bisnagas e chéchés

Vi a avenida com luminárias
Toda empredada a preto e branco sem métro
Coisas da vida, extraordinárias
O agora é nada ao pé de tudo o que findou


sexta-feira, 4 de março de 2011

Dádiva

O último trabalho discográfico dele “Fado Santa Luzia” é o resumo de muitos anos a dar alma e sentido ao Fado e nele José Manuel Barreto reuniu músicos de peso.

Este fadista do Barreiro, já com uma carreira longa é um nome de referência no fado em Portugal


Este lindo fado tem letra de Teresa Tarouca para o fado Santa Luzia de Armando Machado, é exactamente o fado de "abertura" daquele trabalho

Se morrer a descansar
Eu peço a Deus, a cantar
Que me deixe adormecer,
Mas se vir o teu olhar
Eu peço a Deus p'ra esperar,
E não me deixar morrer.

Põe a tua mão na minha
Olha p'ra mim e caminha
Quero ser a tua luz.
Quero seguir os teus passos,
Dar-te o meu corpo em abraços
E levar a tua cruz

Põe no teu olhar a esperança
Faz de mim, nova criança,
Acende o luar no céu.
Põe a tua mão na minha
Sorri p'ra mim e caminha,
Que o teu caminho é o meu



terça-feira, 1 de março de 2011

Um fadista já cansado



Helder Moutinho cantando a faixa de abertura do seu CD Sete Fados E Alguns Canto








Um fadista já cansado

Quando o passado lembrou
Abraçou uma guitarra
Não pôde cantar, chorou

Entrou, sentou-se e bebeu
Um copo de vinho tinto
Enquanto que no recinto
Uma guitarra gemeu

Tantas cantigas sei eu

Tudo se ouviu menos fado
E o cantador desolado
Acabou por me dizer
Só tenho pena de ser
Um fadista já cansado



Criei nome, dei nas vistas
Conquistei fama ovações

Mas não a cantar canções

De envergonhar os fadistas
Ganhei fama nas conquistas

Da boémia, que passou

Sei quem fui, sei que não sou

Um cantador presumido

Disse-me ele entristecido

Quando o passado lembrou

E prosseguiu, quando entrei

Entrei com mil ansiedades
mas se vim matar saudades

Com mais saudades fiquei
Envelheci, mas é lei

Da fadistagem bizarra

Ter fé, ter alma, ter garra

P'ra cantar até á morte,
E falando desta sorte
Abraçou uma guitarra


E cingiu com mão amiga
Ao lado esquerdo do peito

Aquele instrumento eleito
Da fadistagem antiga
Quis cantar uma cantiga

Que outrora o celebrizou

Mas a emoção embargou

Toda a sua voz amena
,
E o pobre cheio de pena
Não pôde cantar, chorou