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terça-feira, 31 de março de 2009

Morreu um poeta



Ainda não tinha aqui trazido Artur Batalha, para muitos, ainda o "Príncipe do Fado", muito embora já seja um veterano com muitos anos de fado, mas no tempo em que ele começou, havia um rei, Fernando Maurício e não me consta que o título tenha sido atribuído a alguém, depois da sua norte.


Gosto de ouvir o Artur Batalha, que ressurgiu dos seus problemas que duraram uns anos a passar, mas está de novo em forma.

Artur Batalha faz actualmente parte do elenco do Restaurante Os Ferreiras, em Lisboa na Rua de S.Lázaro, onde pode ouvir-se fado todas as 6ªfeiras e sábados

A letra deste fado é de Rui Manuel e a música de Vital d Assunção e foi uma criação original do Chico Madureira

Silêncio... hoje morreu um poeta
E a carne morreu esquecida
Como esquecida viveu
Silêncio... hoje morreu um poeta
Que espalhou rimas de vida
Nos poemas que escreveu

Fez rimar terra com pão
Emigrante com fronteira
E rimou humilhação
Com repulsa e bebedeira

Fez um berço de poesia
Bem na ponta dos seus dedos
Rimou dôr com alegria
E criança com brinquedos

Fez rimar ponte com rio
Pescador com tempestade
Rimou estiva com navio
Grilhetas com liberdade

Na inspiração maior
Que um verso pode conter
Rimou amor com amor
E ternura com mulher




quinta-feira, 26 de março de 2009

A luz do teu caminho

Ouvi dizer que a Ovação vai reeditar para CD, êxitos deste grande fadista, sobretudo algumas das desgarradas que cantou com Fernando Maurício e que foram na altura registadas em vinil.

Outros fados como este penso que serão também editados, homenageando assim este grande fadista prematuramente desaparecido.

A letra deste fado é de António Rocha a música de Miguel Ramos no fado Margaridas

Deixa-me ser a luz do teu caminho
deixa-me ser um pouco do teu ser,
deixa que eu seja o guia do destino,
que destina a razão do teu viver.

Eu queria ser a brisa morna e leve,
que agita o teu cabelo com meiguice,
poder estar um momento ainda que breve
junto de ti sem que outro alguém me visse.

Se eu conseguisse ser teu pensamento,
quando fitas serena o azul do céu,
jamais escutarias o lamento,
deste paixão por ti que Deus me deu.

Eu queria ser o sol que de mansinho,
vem beijar o teu rosto com prazer,
deixa-me ser a luz do teu caminho,
deixa-me ser um pouco do teu ser.



domingo, 22 de março de 2009

Resultados da votação da 5ª série

Resultado da votação para a 5ª série da sondagem acerca do Fado preferido, dos leitores deste blogue, cujos resultados foram

  • Já me deixou-7 votos
  • Ai se os meus olhos falassem-5 votos
  • Estranha forma de vida-5 votos
  • Aquela janela virada pró mar-4 votos
que ficam apurados para a final. sendo todos os outros eliminados.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Trova do vento que passa

O poema completo de Manuel Alegre, cantado pela voz de Magina Pedro

Pergunto ao vento que passa
notícias do meu país
e o vento cala a desgraça
o vento nada me diz.

Pergunto aos rios que levam
tanto sonho à flor das águas
e os rios não me sossegam
levam sonhos deixam mágoas.

Levam sonhos deixam mágoas
ai rios do meu país
minha pátria à flor das águas
para onde vais? Ninguém diz.

Se o verde trevo desfolhas
pede notícias e diz
ao trevo de quatro folhas
que morro por meu país.

Pergunto à gente que passa
por que vai de olhos no chão.
Silêncio -- é tudo o que tem
quem vive na servidão.

Vi florir os verdes ramos
direitos e ao céu voltados.
E a quem gosta de ter amos
vi sempre os ombros curvados.

E o vento não me diz nada
ninguém diz nada de novo.
Vi minha pátria pregada
nos braços em cruz do povo.

Vi minha pátria na margem
dos rios que vão pró mar
como quem ama a viagem
mas tem sempre de ficar.

Vi navios a partir
(minha pátria à flor das águas)
vi minha pátria florir
(verdes folhas verdes mágoas).

Há quem te queira ignorada
e fale pátria em teu nome.
Eu vi-te crucificada
nos braços negros da fome.

E o vento não me diz nada
só o silêncio persiste.
Vi minha pátria parada
à beira de um rio triste.

Ninguém diz nada de novo
se notícias vou pedindo
nas mãos vazias do povo
vi minha pátria florindo.

E a noite cresce por dentro
dos homens do meu país.
Peço notícias ao vento
e o vento nada me diz.

Quatro folhas tem o trevo
liberdade quatro sílabas.
Não sabem ler é verdade
aqueles pra quem eu escrevo.

Mas há sempre uma candeia
dentro da própria desgraça
há sempre alguém que semeia
canções no vento que passa.

Mesmo na noite mais triste
em tempo de sevidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não.


Caso não consiga ver o vídeo clicar >>>>>>>>>>>>>>>>>> aqui

domingo, 15 de março de 2009

Samaritana

Nunca tinha colocado aqui um fado de Coimbra tradicional, não por não gostar, mas provavelmente por falta de hábito meu por erradamente quando falo ou penso em fado, tender apenas a considerar o fado de Lisboa.

Fica aqui a minha "redenção", com a promessa de trazer mais vezes fados de Coimbra. Este é um dos que gosto mais, embora lamente não saber o nome do interprete

Letra e música de Edmundo Bettencourt

Dos amores do redentor
Não reza a história sagrada
Mas diz uma lenda encantada
Que o bom jesus sofreu de amor

Sofreu consigo e calou
Sua paixão divinal
Assim como qualquer mortal
Que um dia de amor palpitou

Samaritana
Plebéia de sicar
Alguém espreitando
Te viu jesus beijar
De tarde quando
Foste encolntrá-lo só
Morto de sede,
Junto à fonte de jacob

E tu risonha acolheste
O beijo que te encantou
Serena, empalideceste
E jesus cristo corou

Corou ao ver quanta luz
Irradiava da tua fronte
Quando disseste: ” - ó bom jesus,
Que bem eu fiz, senhor, em vir à fonte.”


domingo, 8 de março de 2009

Rouxinol do choupal


António Rocha não é apenas um fadista e muito menos um fadista qualquer, é um homem que também têm uma carreira ligada ao fado , como autor de inúmeros fados.

Quem quiser saber mais de António Rocha pode ler aqui, de onde aliás tirei esta foto do artista.



Este fado tem

Letra de Fernando Teles Música de Joaquim Campos fado Vitória


Ainda o sol não mostra o dia
Já nos troncos do choupal
Da linda serra aldeã;
O rouxinol desafia,
A toutinegra real,
Que espera a luz da manhã

Quando à linda luz do sol
Oiço o meu amor cantar
Com sua voz feiticeira
Julgo ouvir um rouxinol
Numa noite de luar
Junto á fonte, ou á ribeira

Quem me dera possuir
A voz que o rouxinol tem
Sem ter outra que o afronte
Havia de conseguir
Entreter-me com meu bem
Na ribeira, ou junto á fonte



quinta-feira, 5 de março de 2009

Resultados de votação da 4ª Série

Os resultados da 4ª série da sondagem sobre Qual o fado que gosta mais ?", foi a seguinte

  • Esquina de rua - 5 votos
  • Amor ausente- 4 votos
  • Eu quis demais - 4 votos
que continuam apurados para a fase seguinte. Estando para já definido que todos os fados que não atinjam o número mínimo de 4 votos, são eliminados.

Amanhã darei início à 5ª série de fados

Saudações fadistas

quarta-feira, 4 de março de 2009

Rosa enjeitada

Foi através da sua filha Claúdia Tulimoschi, filha da fadista Adélia Pedrosa, que tomei conhecimento do seu paradeiro, afinal há muitos anos no Brasil, para onde viajou com 12 anos orfã de pai. Inicialmente viveu no Rio de Jneiro onde se estreou com 16 anos

Em 1964 se mudou para São Paulo. Posteriormente, e cerca de dois anos depois de nascer sua filha, Adélia retorna a Portugal, a pedido do governo português, gravando três discos, mas voltando depois para o Brasil.

Durante a sua vida, Adélia gravou vários discos, tanto em Portugal como no Brasil, apareceu em diversos programas, em grande parte das emissoras de televisão brasileiras e fez espectáculos em todo o Brasil, além de Portugal e Argentina, que visitou seis vezes. Foi ainda proprietária de dois restaurantes portugueses na cidade de São Paulo.

Sou essa rosa caprichosa, sem ser má,
Flor de alma pura e de ternura ao Deus dará,
Que viu um dia, que sentia um grande amor,
E de paixão, seu coração estalar de dor

Rosa enjeitada
Sem mãe sem pão, sem ter nada,
Que vida triste e chorada o teu destino te deu
Rosa enjeitada,
rosa humilde e perfumada

Afinal, desventurada, quem és tu?
Rosa enjeitada!... uma mulher que sofreu

Tão pobrezinha ainda tinha uma ilusão,
Alguém que amava, em quem sonhava uma afeição,
Mas esse alguém, por outro bem se apaixonou,
E assim fiquei, sem ele que amei, que me enjeitou



Adélia Pedrosa canta "Rosa Enjeitada", com letra de José Galhardo e música de Raul Ferrão.

Informações sobre Adélia Pedrosa no seu blogue

Caso não consiga ver o vídeo em fim de página clicar >>>>>>>>>> aqui