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quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Ao longo do tempo


É a segunda vez que aqui trago José Matoso, um fadista admirável. Da primeira vez fiz uma critica não a ele directamente, não sabe cantar mal, mas a quem escolheu uma brasileirada para ele incluir no seu repertório.

Este sim é um fado, tem a assinatura de Paco Gonzalez

Agradeço a letra ao blog amigo Fados do Fado

Quando te vi depois de tantos anos
Secou-se-me a garganta e não falei
Refugiei-me no trem do pensamento
E tu foste a estação onde eu parei

As folhas começavam a caír
As chuvas brevemente iam chegar
O outono tinha tons de primavera
E quando o meu olhar ficou no teu olhar

Sorrimos, conversamos, dançamos e nessa noite
O amor veio depois sem nós pedirmos nada
E nessa comunhão vimos nascer o dia
Envoltos num amor que a noite abençoara,
Deixei-te no teu corpo a força do meu corpo
Deixei-te nos teus lábios a febre de carinho
Depois, sem um adeus, sem lágrimas nos olhos
A vida nos levou deixando-nos sózinhos

A mão da guerra tinha abraçado o mundo
E houve dois caminhos a seguir
O meu destino seguiu por uma estrada
Pela qual o teu destino não pôde ir

A paz voltou á terra de ninguém,
E um dia, por acaso, te encontrei
Ouvi um pequenito chamar mãe
Secou-se-me a garganta, e não falei

Lembrei aquela noite que juntos conversamos
O amor veio depois sem nós pedirmos nada
E nessa comunhão vimos nascer o dia
Envoltos num amor que a noite abençoara,
Deixei-te no teu corpo a força do meu corpo
Deixei-te nos teus lábios a febre de carinho
Depois, sem um adeus, sem lágrimas nos olhos
A vida nos levou deixando-nos sózinhos


sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Lama

Hoje trago uma gracinha, isso mesmo uma gracinha, que não devo repetir, assim como espero que os conselheiros ou a editora do José Matoso, também o façam.

Este tema é um samba brasileiro de 1952 da autoria de Paulo Marques e Alice Chaves, que entenderam servir para ser cantado como fado. A letra foi bastante alterada, sem que se perceba o motivo.

José Matoso dá-lhe um jeito porque não sabe cantar mal, mas como dizia o outro não havia "nexessidade", para mais alterando a paternidade do tema que dizem ser de Mayza Matarazzo, mais uma vez fica como exemplo da forma descuidada como as editoras de fado trabalham em Portugal

Esta é a letra que o Matoso canta

Se quiser beber eu bebo
Se quiser fumar eu fumo
Não me interessa mais ninguém
Se o meu passado foi lama
Agora quem me difama
Viveu na lama também

Comendo a mesma comida
Bebendo a mesma bebida
Respirando o mesmo ar
E hoje, por ciúme
Ou por despeito
Você acha-se no direito
De querer me humilhar

Quem és tu?
Quem foste tu?
Não és nada
Que aos teus olhos
fui errado
Tu foste errada também

Se eu errei
Se eu pequei
Pouco importa
Se aos teus olhos
eu estou morto
Pra mim morreste também




E agora a versão brasileira, a original cantada por Núbia Lafayette,

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Tantos fados deu-me a vida

José Matoso um fadista de Lisboa, mais um que aqui apresento, vencedor duma grande noite do Fado, a dele foi no ano 2000.

Não sei onde ele canta ou se quer se tem sítio fixo para o fazer. Lembro-me dele ave de arribação, passar por vários locais em Lisboa onde se cantava o fado, para o táxi onde ganhava a vida, cantar os seus fadinho com a o amor que se sentia em cada fala e arrancar, para continuar o trabalho.

É assim a vida de grandes talentos do fado

Aqui canta este fado com letra e música de Jorge Fernando.


Eu fui a voz,
aquela voz dolorida
Cantando a sós
com a solidão da vida,
Mas sei que em mim,
Há um laço transparente,
Que é um generoso abraço
Entre mim e a minha gente.

Tantos fados deu-me a vida,
E eu dei-me todo ao fado,
Em cada noite perdida,
Entre um verso e uma bebida,
Em mil fados fui escutado,
Cantei os sonhos frustrados
Dos poetas sonhadores,
Dei a voz a tristes fados
E ao cantar de olhos cerrados,
Vi mais perto as suas dores.

Eu fui o sal
de tanta lágrima triste
O vendaval que se amaina
e logo insiste,
Mas sei que em mim
Houve sempre á flor da voz
Um fado triste e dolente
Que é o fado que há em nós