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quarta-feira, 12 de junho de 2013

A minha vida inteira


Para além de toda a sua alma fadista, Fernando Maurício é um exemplo de bem cantar, o respeito que ele sempre teve pela palavra dos poetas e pela necessidade que o fadista tem que essa mensagem chegue a quem ouve o fado. A extrema clareza, com que canta, faz com que se percebam cada uma das doze silabas deste alexandrino que Fernando Peres escreveu para a musica de Joaquim Campos. No dia 13 do próximo mês, passará o 10ºano da sua morte. É incrível, como o tempo passa depressa, mas ao mesmo tempo, como a sua voz e o seu exemplo enquanto homem, refletida na humildade do seu comportamento,  fará dele sempre o nosso REI.

Aos jovens fadistas, recomendo, ouçam vezes sem conta todos os seus fados, não para o imitarem, mas para que possam perceber como se canta, como se tratam as palavras, em voz de fado. 



A minha vida inteira, é toda despedida,
Dum momento d'amor, que não quiseste dar,
A minha vida inteira, é toda a tua vida,
Tristeza sem rancor, de não poder amar.

A minha vida inteira, já cabe num só beijo,
Tem alma de ansiedade, que vem das madrugadas,
A minha vida inteira, é feita de desejo,
Com corpo de verdade, esperanças fatigadas

A minha vida inteira, vive á tua procura,
Anda pela cidade, perde-se em tantas ruas
A minha vida inteira, é toda esta tortura,
Que é feita de saudade, por ter saudades tuas




Na guitarrada de hoje destes 4 interpretes só José Pracana está vivo, mas é um momento fantástico Atacando o menor do Porto e o fado Lopes e acabando nas conhecidas variações em ré, vale a pena prestar atenção. A guitarrada também é fado, ao contrário do que por vezes acontece, quando público menos atento entende que a guitarra é uma pausa para uma converseta com os amigos

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Trago-te apenas saudade

Trago aqui mais um fadista já desaparecido o Carlos Barra, que deixou numa carreira de muitos anos grande saudade.

Este fado tem letra de Fernando Peres e música de Jaime Santos para o fado do alvito

Trago-te apenas saudade,
Um pouco mais de ansiedade,
e nem sequer uma flor,
numa esperança apetecida,
nasce depressa outra vida,
vida dum beijo de amor.

E quero mais de te querer,
o mal de nunca saber,
tudo o que a vida nos dá,
sombra é corpo de ninguém,
remorso que não se tem,
vida que não volta atrás.

Dá-me o que resta de mim,
outro principio do fim,
tudo aquilo que eu não sei,
esperança dum resto de nada,
promessa de madrugada,
da vida, que não te dei.