Este fado é muito antigo, um poema de Gabriel de Oliveira que terá nascido em 1891, em Lisboa. vindo a morrer na Figueira da Foz em 1953.
Apoiante de Sidónio Pais, terá mesmo posto ao serviço deste político alguns barcos, o que lhe valeu a alcunha de marujo almirante.
Manteve uma longa ligação com a cantadeira Natália dos Anjos, das suas composições contam-se algumas das mais clássicas letras do repertório fadista como é o caso de Igreja de Santo Estêvão,
Inspirando-se alegadamente ao gosto do rei D. Carlos pela guitarra e pelo Fado, escreveu a letra do Fado, O Embuçado. Originalmente criado por Natália dos Anjos, a música foi composta pelo guitarrista José Marques Piscalarete, que lhe deu o título de Fado Natália que, como tema musical, entraria igualmente no repertório fadista com outras letras. Os restos mortais de Gabriel de Oliveira repousam na Cripta dos Combatentes da Grande Guerra, em Lisboa.
(Respigado do Portal do fado)
Telefono pra ti, tu não atendes
Se sigo os passos teus, foges de mim
Dou-te o meu coração, não compreendes
Ou tens um certo orgulho em seres assim
Eu sei que amaste alguém que te não quis
E que sofres talvez de arrependida
Mas por teres sido um dia tão infeliz
Não quero dizer que o sejas toda a vida
Tu andas-te a vingar do mal que alguém te fez,
Alguém que te enganou,
Que amaste e te deixou, sem penas nem porquês
Tu andas-te a vingar, mas crê que sou capaz,
De sofrer teu rancor,
A dar-te o mesmo amor, que a esse alguém tu dás
Foge ao passado e vive o teu presente
Sem duvidares do muito que eu te dou,
Não me queiras pagar tão cruelmente,
Na moeda que o outro te pagou.
Que importa teres sofrido uma traição,
Daquele a quem amaste com fervor,
Não é renunciando ao coração,
Que alguém pode vingar um falso amor.
Letra retirada do excelente blog Fados do fado
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