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terça-feira, 29 de novembro de 2011

Se tu partires

A enorme felicidade que todos nós, amantes do fado, sentimos pelo reconhecimento do nosso fado como Património da humanidade, eu deixo aqui a voz de um símbolo, de todos aqueles que há muitos anos dão ao fado tudo o que têm. Muitos deles permanecerão apenas o conhecimento de alguns, nunca alcançaram o estrelato, mas lutam todos os dias pelo seu amor.

O exemplo aqui é de Luís Manuel que também é o autor da letra para a música do fado Esmeraldinha de Júlio Proença

Se tu partires amor um longo adeus
soltam meus pobres lábios de fugida,
qual hino de paixão subindo aos céus,
nessa tão triste hora da partida.

Se tu partires amor, eu peço a Deus,
que a saudade te assalte docemente,
e te traga na volta, os braços meus,
para ficares comigo, eternamente.

Pois seja aqui ao lado, no fim do mundo,
mesmo que corras mais que o próprio vento,
vai te alcançar o meu amor profundo,
neste correr veloz do pensamento.



quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Até cada adeus

Volto a lembrar aqui a fadista Romy Barra, neste cantinho onde procuro sempre lembrar gente do fado, em especial grandes intérpretes , nem sempre muito falados, é o caso desta senhora.

Este fado tem letra do Dr.Almeida Santos para o fado 3 bairros de Casimiro Ramos

Custa tanta a dizer
este adeus que tem que ser,
a vida quis deste jeito,
digo-te adeus mas não digo,
pois fica sempre comigo,
a saudade no meu peito

Adeus até cada rosto
onde eu vejo esse desgosto,
que com desgosto em mim vive,
adeus até cada olhar,
onde eu veja o teu olhar,
como agora o vejo triste,

Adeus até cada fado
bem fadado ou mal fadado,
que eu cantar pensando em ti,
adeus até à saudade,
da mentira ou da verdade,
da vida que não vivi.

Adeus até cada grito,
cada desejo infinito,
dos beijo que te não dei.
se outra boca eu beijar,
beija-la-ei a chorar,
pois só a ti beijarei.

Adeus até cada aurora
como esta em que nós agora,
ouvimos dobrar um sino,
adeus até cada adeus,
em que aos pobres olhos meus
cumpre chorar o destino




segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Na hora da despedida

O inimitável Tristão da Silva volta aqui com mais um dos seus fados inesquecíveis

Aqui canta uma letra de autor desconhecido para a música do fado puxavante que grande polémica tem sobre a sua autoria


Quando o lobo desce a serra
na fome que a neve traz
não há nada que resista
à sua fome voraz

Falar-se de honestidade,
é bom para quem muito tem,
mas da serra da verdade
todos são lobos também

É lobo aquele que na gloria
quer um trono requintado
foi lobo aquele que na história
teve um lugar demarcado

Quando a a fome bate à porta,
do honrado cidadão,
não é homem mas é lobo,
se não é lobo é ladrão

Nesta alcateia de lobos,
a que chamam sociedade,
não há lugar para todos,
nem para os que falam verdade.