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domingo, 25 de janeiro de 2015

Esta gente

Saudades de ouvir Teresa Tarouca, neste poema da Sophia de Melo Breyner, que não fazendo ideia de quando ela o escreveu, poderia admitir que tinha sido ontem, a música é de Lima Brummon

Esta gente cujo rosto,
as vezes luminoso ,
e outras vezes tosco,
ora me lembra escravos,
ora me lembra reis,


Faz renascer meu gosto,
de luta e de combate,
contra o abutre e a cobra,
o porco e o milhafre,


Pois a gente que tem
o rosto desenhado
por paciência e fome,
é a gente em quem
um país ocupado
escreve o seu nome

E em frente desta gente
ignorada e pisada 
como a pedra do chão
e mais do que a pedra,
humilhada e calcada.

Meu canto se renova
Meu canto se renova
e recomeça a busca,
de um país liberto
de uma vida limpa,
e de um tempo justo,


Esta gente cujo rosto
as vezes luminoso 
e outras vezes tosco,
ora me lembra escravos,
ora me lembra reis.

Faz renascer meu gosto,
de luta e de combate,
contra o abutre e a cobra,
o porco e o milhafre.

Pois a gente que tem
o rosto desenhado,
por paciência e fome,
é a gente em quem,
um país ocupado
escreve o seu nome




quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Amor de Mel, Amor de Fel

Tenho andado há um tempo para publicar aqui este fado que é um dos meus favoritos e chegou agora a altura. É um fado coim letra da Amália Rodrigues e música do Carlos Gonçalves . Escolhi a voz de Cristina Nóbrega , fadista que já sigo há algum tempo mas de quem não tenho nenhum CD daí o ter-me socorrido dum video na net o que não é habitual aqui no meu blog.

Cristina é uma excelente voz e além disso parece-me ter por hábito respeitar os autores dos fados que interpreta, mencionando-os, coisa infelizmente muito pouco habitual e que eu sempre contesto



 Tenho um amor
 que não posso confessar
 Mas posso chorar
Amor pecado, 
amor de amor 
Amor de mel, 
amor de flor 
Amor de fel, 
amor maior, 
amor amado 

Tenho um amor,
amor de dor, 
amor maior 
Amor chorado 
em tom menor
Em tom menor 
maior o fado 

 Choro a chorar 
tornando maior o mar
Não posso deixar de amar 
o meu amor em pecado

Fui andorinha ,
que chegou na primavera ,
Eu era quem era
Amor pecado,
amor de amor 
Amor de mel, 
amor de flor 
Amor de fel,
amor maior, 
amor amado 

Tenho um amor, 
amor de dor, 
amor maior 
Amor chorado 
em tom menor 
Em tom menor 
maior o fado

Quero chorar 
tornando maior o mar 
Não posso deixar de amar 
o meu amor em pecado 

 Fado maior, 
cantado em tom de menor 
Chorando um amor de dor
 Dôr de um bem e mal amado
 

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Viagem

É uma excepção o que aqui trago hoje, mas confesso fiquei encantado por ouvir esta fusão do Fado Tango, com flamenco, cantado por esta jovem que só hoje conheci e que dá pelo nome de Mara. Não faço ideia se o seu projecto artístico passa exclusivamente pelo fado, e penso que não, para já foi convidada por António Chaínho para cantar no seu espectáculo dia 30 de Janeiro em Évora, o que julgo ser um excelente incentivo para a sua carreira.





sábado, 10 de janeiro de 2015

Juventude

Neste meu cantinho vou passar a anunciar, quando tiver conhecimento , de algumas actuações de fadistas que eu julgo merecerem a atenção de quem ama o nosso fado.

Assim hoje sábado dia 10 vou voltar a ouvir esta fadista que já aqui referi pelo menos duas vezes. A actuação é em Portimão no restaurante Bela Rosa (telf. 925933266). Saliento que em nenhuma circunstância faço esta divulgação em nome de qualquer outro fim menos desinteressado.

Aqui vamos ouvi-la num fado já antigo com letra de Júlio Vieitas para as sextilhas de Carlos da Maia

Quando se tem juventude
Com floridas ilusões
A vida é rumo sem norte;
Brincamos com a saúde
Vibramos com as paixões
Vive-se á mercê da sorte

Ilusões, quem as não tem
Por mim passaram também

Aventuras desmedidas
Quantos caminhos cruzados
Bons momentos, maus bocados

Coisas que não sâo esquecidas

Dos momentos mais risonhos
Há recordações eleitas

Que guardamos com saudade
Pois até nos próprios sonhos
Eu vejo ilusões desfeitas

Que foram realidade

Meus Deus, o que o tempo faz
Dilacera o coração

No peito a chama não arde
E quando olhamos p'ra trás
Até pedimos perdão

Com pena de ser tão tarde