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segunda-feira, 26 de abril de 2010

Quero tanto aos olhos teus

Ricardo Ribeiro lançou recentemente um novo CD chamado Porta do coração, que recomendo vivamente seja escutado e comprado, porque vale a pena. Este que aqui trago é bem mais antigo mas na mesma estupendo, porque o Ricardo não sabe cantar mal

A letra é de Manuel de Almeida a música do Fado Lopes da autoria de José Lopes

Quero tanto aos olhos teus
Como o céu quer ás estrelas
Adoro essa feições belas
Como um crente adora Deus

Desde a hora em que te vi
Minh’alma anda presa á tua
Como eu ando atrás de ti
Anda o sol atrás da lua

Se um dia o sol se apagar
No infinito dos céus
Quero a luz do teu olhar
E o calor dos lábios teus

Por te querer tanto, afinal
Ando a triste, a perguntar
Como é possível gostar
De quem nos faz tanto mal


terça-feira, 20 de abril de 2010

Fado dum mundo louco

Este fado na voz do veterano Artur Batalha que aqui volta com este fado já antigo do seu repertório tem letra de Zeca Maneca e música de João Maria dos Anjos

Noite negra nua e fria
uma garganta escondida
estranho silêncio no ar
a cantar a nostalgia
que nela vinha perdida
numa noite sem luar

Era a voz do louco fado
dum pesadelo a fugir
ao fascínio da maldade
no seu mundo inconformado
onde teve que cair
no abismo da verdade

Uivou a noite dos lobos
chorou a a noite sem calma
neste mundo sem razão,
nas gargalhadas dos bobos
nos tristes corpos sem alma
a viver na escuridão





quarta-feira, 14 de abril de 2010

A Janela do meu peito

Dizer que Lídia Ribeiro é a mãe de Teresa Guilherme é apenas uma curiosidade, mas não pode ser a única coisa a dizer desta fadista. Seria injusto para uma artísta com longo e reconhecido percurso.
Tem hoje 76 anos e está retirada, ela que começou muito jovem pelas mãos de Igrejas Caeiro, nos Companheiros da Alegria. Este fado foi escrito propositadamente para ela por Alberto Janes e talvez tenha constituído o seu maior êxito.

Lá vai brincando, pela mão de uma quimera
Essa garota que fui eu, sempre a sorrir
Como se a vida fosse eterna primavera
E não houvesse dores no mundo p’ra sentir

As gargalhadas vêm poisar na janela
E ao ouvi-las tenho mais pena de mim
Ai quem me dera rir ainda como ela
Mas quando rio, eu já não sei rir assim

Tenho a janela do peito
Aberta para o passado
Todo feito de fadistas e de fado
Espreita a alma na janela
Vai o passado a passar
E ao ver-se nela, a alma fica a chorar
Neste desfile que passa
Fica a saudade sozinha
Até a graça, perdeu a graça que tinha
Desilusões as que tive
Enchem a rua…lá estão
E a gente vive dos tempos que já lá vão

Lá vem gingando nesse seu passo miúdo
Melena preta, calça justa afiambrada
Como mudamos, tu que foste para mim tudo
Hoje a meus olhos pouco mais és do que nada

Tuas chalaças de graçola e ironia
Eram da rua, andavam de boca em boca
E era ver-te não sei o que sentia
Talvez loucura, que por ti andava louca




sexta-feira, 9 de abril de 2010

Vagabundo de saudade


Trago aqui de novo a voz de António Mourão, um fadista inesquecível

Letra de Zélia Rosa Pinto música do Fado de Rio Maior de Franklin Godinho

Em mar feito de loucura
onde só há noite escura
donde se não vê o céu
vagabundo de saudade
eu não encontro a verdade
ando sem o olhar teu

Vagas altas no meu peito
grita o meu sonho desfeito
fecho os olhos pra não ver
no mar da minha ansiedade
eu só vejo uma verdade
a verdade de te querer

Vivo ao sabor das marés
corro a praia lés a lés
já sinto o corpo a doer
mas não, não posso parar
eu tenho que te encontrar
nada me pode prender



quinta-feira, 1 de abril de 2010

Errei

Este fado é muito antigo, faz parte do repertório de Celeste Rodrigues e tem letra de Alberto Rodrigues e é cantado sobre a música do fado Acácio de Acácio Gomes


Errei, mas não fui culpada,
nem sei até porque errei,
foi o destino que quis,
Errar por tudo e por nada
é uma forçada lei,
da mulher que é infeliz.

Fiz de conta o fervor
louca de amor por ele
o seguia cegamente,
era tanta a minha dor,
que andava sempre atrás dele
a errar constantemente

E hoje desiludida
quando vejo ainda parece
que continuo a errar
É a vida sempre a vida,
da mulher que nunca esquece,
o homem que soube amar