Mais uma letra de António Rocha, interpretada pelo próprio sobre música de Armando Machado no fado súplica
Andei à tua procura
na rua do esquecimento
procurei mas não te vi,
nessa noite fria e escura
ouvi apenas o vento
que veio falar-me de ti
Não sei se o vento mentiu
ou me disse com verdade
coisas que nem adivinhas
pois contou-me que te viu,
na travessa da saudade
e tinhas saudades minhas
Fui lá mas não vi ninguém,
apenas a voz do vento
me deixou triste e surpreso
porque te viu com alguém
nesse preciso momento
junto ao beco do desprezo
Cansado de procurar-te
ruas e ruas em vão
e tu sem nunca apareceres
resolvi então esperar-te
no largo da solidão
podes vir quando quiseres
Este blogue é uma homenagem a todos os que amam o FADO. Estão totalmente reconstruídos todos os posts, mas agradeço que sempre encontrem alguma anomalia ma comuniquem
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
Coração embriagado
O príncipe Artur Batalha, assim ficou conhecido, desde que há uns anos apareceu no Mundo do fado, mas hoje um veterano e magnífico fadista, volta para cantar este fado de João Alberto, um dos letristas preferidos por Batalha, que dele interpreta bastantes fados como Amor cansado, Boneca atrevida ou Lei da vida.
Letra de João Alberto e música de Valente Rocha
Entrei num bar
com desejos de beber
somente para esquecer
o que não quero lembrar
Bebo por perder a esperança
da sorte que o mundo me nega
com a sede da vingança
só a bebida me sossega
Um homem embriagado
é aos olhos de quem passa,
um corpo abandonado
vivendo a sua desgraça
mas essa alma vencida,
entregue ao vicio à loucura
encontra num bebida
tudo aquilo que procura.
Eu procurei
ser feliz não consegui
tudo o que tinha perdi
do que foi meu já não sei
Ao lembrar o que já tive
desde que me fui esquecendo
a gente pensa que vive
e afinal vai morrendo
terça-feira, 11 de agosto de 2009
Rouxinol da caneira
Continuamos com Carlos Macedo
Letra de Maria Manuel Cid e música do fado mouraria
Fez o ninho o rouxinol
A tocar na água baixa
Guardado da luz do sol
P'la caneira da maracha
Não tem que pôr sua mesa
Nem de calar a verdade
É senhor da natureza
E dono da liberdade
É livre de olhar as águas
De se afogar na corrente
É livre de contar mágoas
É livre de estar contente
Ninguém te corta o caminho
Nem te impede de voar
Ninguém te nega carinho
Ninguém te obriga a calar
Ó rouxinol da caneira
Inveja de toda a gente
Hás-de ensinar-me a maneira
De viver tão livremente
Letra de Maria Manuel Cid e música do fado mouraria
Fez o ninho o rouxinol
A tocar na água baixa
Guardado da luz do sol
P'la caneira da maracha
Não tem que pôr sua mesa
Nem de calar a verdade
É senhor da natureza
E dono da liberdade
É livre de olhar as águas
De se afogar na corrente
É livre de contar mágoas
É livre de estar contente
Ninguém te corta o caminho
Nem te impede de voar
Ninguém te nega carinho
Ninguém te obriga a calar
Ó rouxinol da caneira
Inveja de toda a gente
Hás-de ensinar-me a maneira
De viver tão livremente
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
Nasci ao pé do teu mundo
Carlos Macedo, volta aqui, porque não me canso de relembrar a sua inegável classe como homem do fado em todas as vertentes que começa (é o termo ideal) na construção da guitarra portuguesa, que tão bem domina como intérprete
Letra de Vasco de Lima Couto música de Armando Machado-fado súplica
(Os meus agradecimentos renovados a fados no fado pela letra ali recolhida)
Vou dar-te aquele tempo de criança
Que tem vontade de gritar ás aves
Para voar aquela doce esperança
Que não conhece as horas que são graves
Vou dar-te a minha infãncia sem medida
Primeiro passo dos regaços quentes
As praias que eu amava de escondida
Onde enterrava o corpo das sementes
Vou dar-te a geração do palco frio
Onde inventei o meu total deserto
De correr o meu corpo em desafio
E a minha boca a soluçar mais perto
E vou dar-te este canto que é já triste
Mas que ultrapassa ainda, a maresia
Para saberes que o meu amor existe
No teu amor onde nasci um dia
(Os meus agradecimentos renovados a fados no fado pela letra ali recolhida)
Vou dar-te aquele tempo de criança
Que tem vontade de gritar ás aves
Para voar aquela doce esperança
Que não conhece as horas que são graves
Vou dar-te a minha infãncia sem medida
Primeiro passo dos regaços quentes
As praias que eu amava de escondida
Onde enterrava o corpo das sementes
Vou dar-te a geração do palco frio
Onde inventei o meu total deserto
De correr o meu corpo em desafio
E a minha boca a soluçar mais perto
E vou dar-te este canto que é já triste
Mas que ultrapassa ainda, a maresia
Para saberes que o meu amor existe
No teu amor onde nasci um dia
sábado, 1 de agosto de 2009
Os meus olhos são dois círios
Ana Moura
Nasceu em Santarém mas ela é "filha" de Coruche, e está cada vez mais confirmada como um dos nomes mais importantes do fado português. Tendo apenas 30 anos, pode dizer-se que tem ainda muito caminho a percorrer pois só a sua imensa qualidade a fez em pouco mais de 6 ou 7 anos, chegar ao topo dum caminho tão difícil como esse de se ser fadista em Portugal.
Ela que apareceu a fazer umas gracinhas no Senhor Vinho e logo por ali ficou fazendo parte do elenco, não é fácil
Letra de Linhares Barbosa música do fado menor
Os meus olhos são dois círios
Dando luz triste ao meu rosto
Marcado pelos martírios
Da saudade e do desgosto
Quando oiço bater trindades
E a tarde já vai no fim
Eu peço às tuas saudades
Um padre nosso por mim
Mas não sabes fazer preces
Não tens saudade nem pranto
Por que é que tu me aborreces
Por que é que eu te quero tanto
És para meu desespero
Como as nuvens que andam altas
Todos os dias te espero
Todos os dias me faltas
Para ouvir este fado clicar >>>>>>>>>>>>> AQUI
Os meus olhos são dois círios
Dando luz triste ao meu rosto
Marcado pelos martírios
Da saudade e do desgosto
Quando oiço bater trindades
E a tarde já vai no fim
Eu peço às tuas saudades
Um padre nosso por mim
Mas não sabes fazer preces
Não tens saudade nem pranto
Por que é que tu me aborreces
Por que é que eu te quero tanto
És para meu desespero
Como as nuvens que andam altas
Todos os dias te espero
Todos os dias me faltas
Para ouvir este fado clicar >>>>>>>>>>>>> AQUI
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