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quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Andorinhas

Carlos do Carmo fez no passado dia 21 de Dezembro, 70 anos. Filho de Lucília do Carmo, imagino que nem ele próprio saberá quantos anos tem de carreira fadista, porque calculo que terá tantos quantos de vida mais os de tempo de gestação.

Nasceu no fado e não sou eu que vou acrescentar seja o que for à história por demais conhecida da importância que ele tem para o fado em Portugal


Letra de Frederico de Brito música de Lino Bernardo Teixeira na Fado Guinginha

Eu vi partir no mês de Outono as andorinhas
E uma vi eu, querer-se mostrar mais desenvolta
Que chilreado elas faziam, coitadinhas
Talvez dizendo o seu adeus, até á volta

Essa ficou junto ao beiral do meu telhado
Eu estranhei de não a ver partir com as mais
Porque afinal nessa manhã de sol doirado
Tudo saiu, tudo abalou dos seus beirais

Tempo depois, tornei a vê-la entristecida
Junto do ninho onde se ouvia outro piar
O companheiro ali ficara de asa ferida
Sem se mover, sem forças ter para voar

Nada faltou, nem até um gorjeio terno
Naquele ninho, onde a amizade é tão sincera
Que Deus lhes dê suave e quente, o duro Inverno
E faça vir o mais depressa, a Primavera



sábado, 26 de dezembro de 2009

Pobre fado

O trabalho de recuperação de alguns fados perdidos continua, pelo que penso já ser possivel ouvir todos sem problema até à etiqueta 077


Concórdio Henriques de Aguiar, que adoptou o nome artístico Nuno de Aguiar, nasceu em Lisboa a 1 de Setembro de 1941 no Bairro da Graça.

Aos 15 anos grava na Rádio Graça e mais tarde em 1960, ganha o “Concurso da Primavera” de fado.

Nuno de Aguiar considera este ano o seu 50ª aniversario de carreira, temos que respeitar se é ele que o diz mas se alguém grava na Rádio Graça em 1956 e ganha prémios, deveria ter
53 anos de carreira

Aqui sobre a letra do fado Isabel de Fontes Rocha canta uma letra de Fernando Farinha


Pobre fado que adorei
Como a um santo se adora
Tão bonito te encontrei
Tão feio te vejo agora

Onde está o teu passado
Tudo o que o povo te deu
Esse povo que era teu
E de ti anda arredado

Andas a ser maltratado
Por gente que te ignora
Fingindo que por ti chora
Como eu por ti chorei
Pobre fado que adorei
Como a um santo se adora

Em vozes sem realidade
Que enfeitam de versos loucos
E assim aos poucos e poucos
Te vão roubando a verdade;

Como eu lembro com saudade
Teu sentimento de outrora
Todo o amor que em boa hora
Tu me deste eu te dei
Tão bonito te encontrei
Tão feio te vejo agora


terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Cara bonita

Mais outra homenagem a Tristão da Silva aqui se presta com este fado com letra de José Correia e música de Ferrer Trindade


Ao ver teu rosto bonito,
Custa-me a crer não acredito
Que um fado triste te deu
Grande castigo igual ao meu.
Mas se bem te fitar
Nesses teus olhos em que, sem fé,
Um sonho ardeu,
Talvez entenda a razão
Porque tu és tal como eu


Cara bonita
Disfarças bem teu desgosto,
Andas a rir da desdita
Que adivinho no teu rosto
Linda carita,
P'ra te ver feliz eu queria
A tua cara bonita
Junto a mim, noite e dia

Ao ver teu rosto bonito
Custa-me-a crer, não acredito
Que já sofreste também
E p'ra teu mal amando alguém,
A vida, quis assim
E castigou-nos por tanto amar
A mim e a ti
Por isso entendo a razão
Pois, como tu, também sofri



quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Quinze primaveras

Não corro qualquer risco ao afirmar que Mário Rainho era o poeta que Fernando Maurício mais gostava de cantar, porque o próprio mo disse.

Raínho é um homem multi-facetado e no fado começou por cantar mas hoje dedica-se apenas (julgo eu) no que ao fado diz respeito à função de letrista, cujos trabalhos são cantados por todos os fadistas.

Para ler mais sobre Rainho remeto para o que dele se diz aqui.

Tinhas sorrisos em flor
Uns lábios de rubra côr
Como se fossem romãs;
No olhar, tinhas virtude
E na tua juventude
A frescura das manhãs

Nos teus cabelos ao vento
Searas, aonde o tempo
Pôs leve toque dourado
Passearam os meus dedos
Com caricias e segredos
E um mimo mais ousado

Ai meu amor, que saudade
Dessa tua mocidade
Desse tempo de quimeras
Tinhas sorrisos em flor
Uns lábios de rubra cor
E umas quinze primaveras

Caso não consiga ver o clip, clicar ><<<<<<<<<<<<<<<< AQUI


segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Não te menti

Letra de Moita Girão música de Miguel Ramos-fado Alberto.

Ana Maurício é especialista em recriar letras sobre fados tradicionais, mais um que aqui trago em sua homenagem

Em pouco tempo encontrei em 2 blogues de amigos fadista a indicação de que a autoria do fado Alberto é de Casimiro Ramos.

Esta confusão aliás é (e foi) sustentada por algumas editoras, ainda hoje pouco cuidadosas na indicação dos autores dos fados.


Tentei investigar e confirmei , (embora sujeito a desmentido que entenderem fazer-me) que o Fado Alberto foi inscrito no SPA em 1967 por Miguel Ramos.


Alguém te foi dizer que adoro o fado
Pensei que não te dessem novidade
Pois quando aprofundaste o meu passado
Com franqueza te expuz toda a verdade

Recordas certamente de eu dizer
É fado esta tristeza que me mói
É fado o meu cantar o meu sofrer
E é fado, esta saudade que dói

É fado o meu beijar, o meu carinho
É fado, o meu sorrir, o meu perdão
Até este passar no teu caminho
É fado, podes crer, meu coração


Eu dava-te razão se te mentisse
Pedia-te perdão logo em seguida
Mas já cantava o fado quando disse
Que és tu, o grande amor da minha vida

(os meus agradecimentos ao amigo fadista do blogue Fados no fado, donde me permiti retirar esta letra de Moita Girão)

Para ver este clip clicar >>>>>>>>>>>>>>>>>>>> Aqui

domingo, 13 de dezembro de 2009

Tive um barco

(Republicação de post anterior)

Continuemos com Manuel de Andrade, ouvindo agora esta sua letra

Tive um barco e dei-lhe um nome
Dei-lhe um nome feito ao vento
Dei-lhe um nome feito ao mar
Tive um amor e deixou-me
Ficou no meu pensamento
Mas não mais o vi voltar

O seu olhar era a bruma
O seu jeito era o do mar
Em tardes de calmaria
E eram cristais de espuma
Os seus dentes ao cantar
E os seus olhos se sorria

Partimos pla barra fora
Meu amor achei-o estranho
Mais tarde por lá ficou
Onde foi que importa agora
Tive um barco e nada tenho
E o meu amor não voltou

Desta vez cantado por João Braga com música tradicional de Casimiro Ramos



Roseira brava

Este post é uma reedição melhorada, porque eu sou muito teimoso e gosto muito deste fado.



Andei a ver se encontrava
alguma roseira brava
florida de murchas rosas
qualquer coisa que lembrasse
um resto só que ficasse
das nossa horas ditosas

Mas o céu enegreceu
o vento tudo varreu
e de nós nada ficou
na campina nua e fria
nem uma roseira havia
nem uma rosa murchou

Morreu triste o meu intento
morreu levado plo vento
que as roseiras embalava
voltei ao cair do dia
pois no campo não havia
nem uma roseira brava

Esta letra de Manuel e Andrade é cantada sobre uma música dum fado tradicional. o Fado primavera da autoria de Pedro Rodrigues.

Paulo Penim contou, neste seu primeiro trabalho, originais nunca antes cantados em Fado, com a participação dos seus amigos Paulo Parreira na guitarra portuguesa, João Veiga na viola e Rodrigo Serrão no contrabaixo.

Caso não consiga ver o clip clicar >>>>>>>>>>>>> aqui


sábado, 12 de dezembro de 2009

Poesia é oração


Um fadista da velha guarda

Este fado tem letra de Maria Manuel Cid música do Fado solene de Alberto Correia


Se eu morrer e não souberes

rezar por minha intenção

Diz teus versos se quiseres

que poesia é oração


Senão quers ó minha querida

porque não tens a certeza

pinta aguarelas de vida

que a pintar também se reza.


Ou canta, canta na hora,

em que a voz é dor e pranto,

mesmo sendo pecadora,

Deus há de ouvir o teu canto.


E na guitarra a trinar,

meu amor podes enfim,

em cada nota rezar,

um padre nosso por mim





quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Ó meu amor marinheiro

Carminho a nova sensação do fado lançou o seu primeiro disco Fado em Junho deste ano, prepara o seu espectáculo a solo no no CCB.

Para ler mais sobre ela clicar aqui

Este fado tem letra e música de Joaquim Pimentel e foi um grande êxito da grande fadista Saudade dos Santos, já retirada há uns anos

Tenho ciúmes,
Das verdes ondas do mar
Que teimam em querer beijar
teu corpo erguido às marés.
Tenho ciúmes
Do vento que me atraiçoa
Que vem beijar-te na proa
E morre pelo convés.

Tenho ciúmes
Do luar da lua cheia
Que no teu corpo se enleia
Para contigo ir bailar
Tenho ciúmes
Das ondas que se levantam
E das sereias que cantam
Que cantam p'ra te encantar.

Ó meu "amor marinheiro"
O dono dos meus anelos
Não deixes que à noite a lua
Roube a cor aos teus cabelos
Não olhes para as estrelas
Porque elas podem roubar
O verde que há nos teus olhos
Teus olhos, da cor do mar.



segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Perseguição

Em 1945 Amália grava o seu primeiro disco onde estava incluído este fado

Letra de Avelino de Sousa música de Carlos da Maia -fado perseguição

Se de mim nada consegues
Não sei porque me persegues
Constantemente na rua;
Saber bem que sou casada
Que fui sempre dedicada
E que não posso ser tua

Lá porque és rico e elegante
Queres que eu seja tua amante
Por capricho, ou presunção
Eu tenho um marido pobre
Que possui a alma nobre
E é toda a minha paixão

Rasguei as cartas sem ler
E nunca quis receber
Jóias ou flores que trouxesses
Não me vendo nem me dou
Pois já dei tudo o que sou
Com o amor que não conheces

Nesta gravação não sabendo porque razão Amália não canta esta última quadra, que contudo faz parte do fado, conforme cantava a Maria Alice (a criadora deste fado),mas que trocava esta sextilha pela anterior.

Como sentinela alerta
Noite e dia sempre esperta
Na posição de sentido
Eu sou, a todo o instante
Sentinela vigilante
Da honra do meu marido


segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Olhai a noite

Nelson Duarte é um fadista do Porto, já com 20 anos de carreira. Este fado tem letra de Torre da Guia e música de Álvaro Martins

Olhai a noite...
Vêde as sombras dessas ruas
Saudades que martirizam que matam
Olhai a noite...
Refúgio das almas nuas
Verdades que muitos nem sequer notam

Não passo bem a noite sem um fado
Não passo bem a noite sem beber
Não passo bem a noite abandonado
Não passo bem a noite sem te ver

Olhai a noite...
Dessas longas madrugadas
Fadistas á procura dum destino
Olhai a noite...
Ermo imenso desses nadas
Fatalistas vagueando em desatino

Caso não consiga ver o clip clicar >>>>>>>>>> aqui

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Noites perdidas

Artur Batalha cantando no seu poiso actual o Restaurante FEereiras em Lisboa, canta sobre uma música de fado Proença de Júlio Proença esta letra de Sérgio Valentino

Ai quantas noites perdidas,
contigo compartilhadas,
a semear vendavais.
horas falsas mal vividas,
à minha vida roubada,
que não quero viver mais

Ai quem me dera esquecer,
aquelas noites sombrias,
vividas sem qualquer fim,
horas e horas sem ver
sem ver que tu não valias
nem um minuto de mim

O que sofri ninguém sonha
das tuas noites já fartas
de mudarem de paixão
e hoje tenho vergonha,
por não conseguir que partas.
de vez do meu coração






sábado, 21 de novembro de 2009

Saudades de Júlia Mendes

Saudades de Júlia Mendes foi um fado criado para a revista Ena já fala pelos seus autores
César d'Oliveira / Rogério Bracinha / Paulo Fonseca / João Nobre, para a voz de Fernanda Baptista.

Aqui trago este fado na voz da Maria da Nazaré, que o incluí desde há muito no seu repertório.

Acrescento que Julia Mendes foi uma fadista que faleceu em 1911, muito nova apenas com 26 anos, mas já uma grande estrela, com muitos existos em revistas. ela que desde miúda cantava pelas ruas, enquanto sua mãe edia esmola.


Ó Júlia, trocas a noite p'lo fado
O fado, esse malandro e vadio
Ó Júlia, olha que é tarde, toma cuidado
Leva o teu xaile traçado porque de noite faz frio

Ó Júlia, andas com a noite na alma
Tem calma, ainda te perdes p'ra aí
Ó Júlia,se estás de novo vencida
Não queiras gostar da vida que ela não gosta de ti

Não fales coração, tu és um tonto sem razão,
Viver só por se querer não chega a nada
Aceita a decisão que os fados trazem ao nascer
Todos nós temos de viver de hora marcada

Se Deus me deu a voz,
que hei-de eu fazer senão cantar
O fado e eu a sós queremos chorar
Eu fujo não sei bem
talvez do mundo ou de ninguém
Talvez de mim,
quando oiço alguém dizer-me assim






terça-feira, 17 de novembro de 2009

Anda o sol na minha rua

Cláudia Vieira é uma muito jovem fadista, com muito caminho para andar, mas tem um voz agradável embora "pequenina", precisa de melhorar a presença e provavelmente ter menos nervos

A letra dste fado é de David Mourão Ferreira a música de Fonte Rocha

Anda o sol na minha rua
Cada vez até mais tarde
A ver se pergunta á lua
A razão porque não arde

Tanto quer saber por quê
Mas depois fica calado

E nunca ninguém os vê
Andarem de braço dado


Se me persegue de dia
E á noite sempre me deixas

Não digas que é fantasia
A razão das minhas queixas


Só andas enciumado
Quando eu não te apareço

Mas se me tens a teu lado
Nem ciúmes te mereço


Anda o sol na minha rua
Cada vez até mais tarde

A ver se pergunta á lua
A razão porque não arde


Caso não consiga ver o clip clicar >>>>>>>> aqui

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Fado da meia-laranja

O Diogo Rocha é um fadista que gosto muito. Também ele um vencedor da Grande Noite do Fado. Não sei onde pára, depois de muito tempo a cantar nos Ferreiras

Letra de José Luis Gordo música de Joaquim Campos Fado Vitória

Ali á Meia Laranja
Meio inferno de Lisboa
Onde a morte anda a viver;
Há milhões de olhos baços
E a vida tem quatro braços
Para a morte se esconder

Por entre gente perdida
Jovens entregam a vida
Á loucura que se esbanja
E nas veias da tristeza
Tantas faca de pobreza
Ali à Meia Laranja

Há tanto cavalo á solta
Com chicotes de revolta
Num galopar que magoa
Há punhais de infelicidade
E ali se mata a idade
No coração de Lisboa



sábado, 7 de novembro de 2009

Lua cheia

Volto a apresentar Carlos Barra, um fadista já desaparecido, mas que nos deixou o seu talento em muitos fados que cantou

Este fado é da autoria do Maestro Belo Marques



segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Mulheres há muitas

Este fado foi um grande êxito, há muito anos quando Joaquim Pimentel o lançou.

A letra é de Matos Sequeira e a música de António Lopes.

Mulheres, tens
as que tu quiseres,
mulheres que são
a nossa perdição,
que nos arrastam,
loucas dos prazeres,
mulheres que não tem coração
porque lhe queres ?

Foge do vicio
e deixa essa mulher,
escuta o que eu te digo,
mulheres que não valem,
sequer um sacrifício
não são mulheres amigo.

Mulheres dessas
por elas quem se prende
é cigarro que se fuma
e outro que se acende,
onda que nasce
e se desfaz em espuma.
pensa bem
Mulheres há muitas,
mãe,mãe há só uma.

Mãezinha que só nos acarinha
que não nos deixa
é uma medalhinha
que a gente traz
ao peito com emoção
presa a um fio dourado
que se fecha, no coração

Há lá mulher
que valha a nossa mãe
por nós enternecida
mulher que por,mal,
a todos quer
não quer ninguém
não tem um amor na vida

Mulheres dessas
por elas quem se prende
é cigarro que se fuma
e outro que se acende,
onda que nasce
e se desfaz em espuma
pensa bem
Mulheres há muitas,
mãe, mãe há só uma.



quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Não acordes minha dor

Menciono aqui de novo a Cigana do Fado, com este fado um dos seus mais emblemáticos.
Quero também referir um magnífico blog de fado, da autoria de j.silva, do melhor que conheço na internet e que recomendo vivamente a todos os amantes do fado.


A letra é de António Campos a música do fado Porto de António Barbeirinho

Quando voltares, tem cautela
Pisa bem devagarinho
Não acordes minha dor;
Transforma-te numa estrela
Vem em nuvens de carinho
E traz-me um pouco de amor

Abre a porta levemente
Sobe a escada passo a passo
Lembra-te do tempo antigo
Dá-me um beijo docemente
Acorda-me num abraço
Estarei sonhando contigo

Depois, mente-me em segredo
Diz que tiveste saudade
Deves mentir, meu amor
É que eu tenho muito medo
Que a amargura da verdade
Venha acordar minha dor

para ouvir clicar aqui

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Triste sina

Rosa Madeira é uma fadista ribatejana, nasceu no Cartaxo, mas começou a sua vida artística na Madeira, começando a sua carreira em 1980. Muito querida nas comunidades portuguesas em especial na Venezuela, interrompeu a sua carreira durante cerca de 3 anos, após a morte de sua mãe, mas regressou em 2007.

Música de Nóbrega e Sousa Letra de Jerónimo Bragança

Mar de mágoa sem marés
Onde não há sinal de qualquer porto

De lés a lés o céu é cor de cinza,
e o mundo desconforto,

No quadrante deste mar que vai rasgando,

Horizontes sempre iguais à minha frente,

Há um sonho agonizando, lentamente, tristemente

Mãos e braços, para quê?
E para quê, os meus cinco sentidos?

Se a gente não se abraça e não se vê,
ambos perdidos

Nau da vida que me leva naufragando em mar de trevas

Com meus sonhos de menina... triste sina


Pelas rochas se quebrou

E se perdeu a onda deste sonho
Depois ficou uma franja de espuma
a desfazer-se em bruma,


No meu jeito de sorrir ficou vincada,
A tristeza, de por ti não ser mais nada

Meu senhor de todo o sempre,
sendo tudo, não és nada

Caso não consiga ver o clip clicar >>>>>>>>>> aqui


Pede-me tudo

Ana Maurício que tanto quanto sei canta actualmente na Tipóia em Lisboa, volta aqui para cantar este fado que também pertencia ao repertório do seu tio o grande Fernando Maurício.

Força Ana

Letra de Jorge Rosa música de Georgino de Sousa-Fado Georgino

Pede-me a luz das estrelas
O seu doce cintilar
Que eu farei por conseguir;
Escolher entre todas elas
As que mais podem brilhar
As que mais sabem luzir

Pede-me o brilho da lua
Do sol radioso e quente
O soalheiro calor
Logo a lua será tua
Do astro-rei, num repente
Terás também o fulgor

Pede-me o sal das marés
As ondas, a cor do mar
Da alva espuma, a cambraia
Pronto terás a teus pés
Oceanos desmaiar,
Tal e qual como na praia

Tudo o mais que te apeteça
Sentirás ao teu dispor
Se me pedires te darei
Só não peças que te esqueça
Acredita meu amor
Como fazê-lo, não sei



quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Bêbado pintor

Uma letra, do seu letrista favorito o poeta Henrique Rego que Marceneiro musicou com o nome de Fado da Laranjeira, nesta difícil arte de versejar em doze sílabas.

A voz e o estilo inconfundível de Alfredo Marceneiro

Letra de Henrique Rego e música de Alfredo Marceneiro-Alexandrino da Laranjeira

Encostado sem brio ao balcão da taberna
De nauseabunda cor e tábua carcomida
O bêbado pintor a lápis desenhou
O retrato fiel duma mulher perdida

Impudica mulher, perante o vil bulício
De copos tilintando e de boçais gracejos,
Agarrou-se ao rapaz, cobrindo-o de beijos,
Perguntou-lhe a sorrir, qual era o seu oficio,
Ele a cambalear, fazendo um sacrifício,
Lhe diz a profissão em que se iniciou,
Ela escutando tal, pedindo alcançou
Que então lhe desenhasse o rosto provocante,
E num sujo papel, o rosto da bacante
O bêbado pintor com um lápis desenhou.

Retocou o perfil e por baixo escreveu,
Numa legível letra o seu modesto nome,
Que um ébrio esfarrapado, com o rosto cheio de fome,
Com voz rascante e rouca à desgraçada leu,
Esta, louca de dor, para o jovem correu,
Beijando-lhe o rosto, abraça-o de seguida...
Era a mãe do pintor, e a turba comovida,
Pasma ante aquele quadro, original e estranho,
Enquanto o pobre artista amarfanha o desenho:
O retrato fiel duma mulher perdida.



quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Rádio Amália 92,0 FM

Uma notícia importante para os amantes do fado. O nascimento hoje duma rádio, inteiramente dedicada ao fado a funcionar durante 24 horas em 92,0 FM, ou na internet.

Uma inauguração no dia em que passa 10 anos sobre o desaparecimento físico da grande Amália Rodrigues, não poderia haver melhor homenagem

terça-feira, 6 de outubro de 2009

O tempo é quem manda

Letra de Linhares Barbosa Música de Alberto Lopes-fado dois tons

Lá porque eu era um miúdo
Passavas toda emproada
Hoje por mim davas tudo
Mas não te quero p'ra nada

Ainda pequeno andei preso
Ao teu olhar de veludo
Olhavas-me com desprezo
Lá porque eu era um miúdo

É um garoto qualquer
Dizias, á gargalhada
E como grande mulher
Passavas toda emproada

Cresci, já não sou criança
Estou certo e não me iludo
Se te desse confiança
Hoje por mim davas tudo

Sei que os anos te consomem
Sei que te sentes cansada
Que me queres por já ser homem
Mas não te quero p'ra nada

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terça-feira, 29 de setembro de 2009

Mulher de Lisboa

Fernando Jorge é um grande fadista como já tive oportunidade de dizer e especialmente cuidadoso na escolha do seu repertório. Tem gravados muitos dos grandes sucessos do fado, pelo menos os que se cantam nos casas de fado mais populares.

Letra e música de Carlos Alberto França

O mundo é das rosas
Singelas formosas, que andam por aí
Janela florida
Cidade garrida como eu nunca vi

Passai pela rua
Que a cidade nua sem vocês, destoa
Jardim da Europa
Lisboa cachopa, mulher de Lisboa

Linda mulher de Lisboa
Flor do meu jardim, á beira mar plantado
És tu quem Cristo abençoa
De braços abertos lá do outro lado



sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Quando partiste

José Manuel de Castro Gomes, nasceu em Lisboa

Com 18 anos gravou o primeiro disco com a colaboração de Jorge Fontes, com temas deste e de Matos Maia

Foi participante em várias Grandes Noites de Fado no Coliseu dos Recreios em Lisboa.

Sem nenhuma experiência… foi Fernando Maurício a ser dos primeiros fadistas que acompanhou numa casa de nome “Os Ferreiras” situada na Rua de S. Lázaro, em Lisboa.( a grande escola do fado de Lisboa nesse tempo do Maurício)

Hà cerca de 8 anos é guitarrista privativo na “Tasca do Chico”, na Rua do Diário de Notícias, no Bairro Alto.

Agradeço o trabalho do blog Gente do fado que recomendo

Letra e música de Paco Gonzalez

Quando partiste
foram contigo os meus desejos
Quando partiste
foram contigo os meus abraços,
vivo agora
a mendigar teus falso beijos,
ouvindo os risos
que tu dás aos meus fracassos

Quando partiste
nunca supus que à despedida
ia contigo naufragar
a minha vida

Não te posso censurar
sei bem
podes dar a quem quiseres
calor
mas se um dia tu ouvires,
alguém
louco por ti chamar
amor
sou eu sou eu sou eu
que nunca te esqueci
e sei amor, meu bem
que te perdi

Quando partiste
julguei vencer o desespero
quando partiste
julguei vencer a solidão,
menti menti
para não cantar o que te quero
mas já sem forças
o meu pobre coração

pus me a chorar
pus me a gritar
que na vercade
é tão cuel
a voz amiga da saudade




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domingo, 13 de setembro de 2009

Estranha contradição

Letra de Maria Helena de Freitas música Pedro Rodrigues sextilhas

Andei a dizer andei
que não queria ver-te mais
Que não te queria falar
Calcula que até jurei
Não ir aonde tu vais
Pra nunca mais te encontrar

Pobre de mim, a razão
Que se perde na tortura
De não querer o que eu desejo
E em estranha contradição
Que eu ando á tua procura
E ando a ver se te não vejo


Falo-te e não te conheço
Vejo sem te encontrar
Tu sabes que eu não mudarei
Duma coisa me convenço
Sempre te hei de procurar
Nunca mais te encontrei

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segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Por ti


 António Mourão António Manuel Dias Pequerrucho (seu nome) nasceu no Montijo a 3 de Junho de 1936. 


Este fado com letra de Zélia Rosa Pinto tem música de sua autoria 

Não quero, não, eu não vou implorar
E não me quero lembrar
O quanto tu foste louca
Não quero por ti já sofri demais
Vou afogar os meus ais
E o meu pranto em outra boca


Ai, por ti, por ti que nada me deste
Que tanto mal me fizeste
A minha alma está vencida
Por ti, em que eu louco acreditei
Que louco de amor lutei
Ando perdido na vida

Não quero, ver-te mais no meu caminho
Ando na vida sozinho, se é este o desejo teu
Não quero lembrar sequer um momento
Que afinal para meu tormento
O teu amor não é meu

Ai, por ti, por ti que nada me deste
Que tanto mal me fizeste
A minha alma está vencida
Por ti, em que eu louco acreditei
Que louco de amor lutei
Ando perdido na vida

Ai, por ti, em que eu louco acreditei
Que louco de amor lutei
Ando perdido na vida


quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Desejo louco

Parece que foi ontem, mas Ada de Castro já tem 72 anos, é uma veterana e uma grade senhora do Fado, que da sua História fará parte. Durante muitos anos, trabalhou imenso, embora apenas tenha colaborado numa revista, que , como se sabe mantinha a tradição de apresentar sempre um fado nos seus espactáculos


Com letra de L.Fidalgo e música de José Maria Nóbrega

Roguei ao meu coração
Para não bater apressado
Quis saber qual a razão
Deste meu tonto cuidado

Respondi-lhe que te amava
De te perder tinha medo
E assim a bater andava
A espalhar o meu segredo

Queria só para nós dois
Aventura deste amor
Prometeu-me mas depois
O seu bater for maior

Agora quando te vejo
Sei enfim qual a razão
Deste meu louco desejo
De parar o coração

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quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Procura vâ

Mais uma letra de António Rocha, interpretada pelo próprio sobre música de Armando Machado no fado súplica


Andei à tua procura
na rua do esquecimento
procurei mas não te vi,
nessa noite fria e escura
ouvi apenas o vento
que veio falar-me de ti

Não sei se o vento mentiu
ou me disse com verdade
coisas que nem adivinhas
pois contou-me que te viu,
na travessa da saudade
e tinhas saudades minhas

Fui lá mas não vi ninguém,
apenas a voz do vento
me deixou triste e surpreso
porque te viu com alguém
nesse preciso momento
junto ao beco do desprezo

Cansado de procurar-te
ruas e ruas em vão
e tu sem nunca apareceres
resolvi então esperar-te
no largo da solidão
podes vir quando quiseres



segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Coração embriagado



O príncipe Artur Batalha, assim ficou conhecido, desde que há uns anos apareceu no Mundo do fado, mas hoje um veterano e magnífico fadista, volta para cantar este fado de João Alberto, um dos letristas preferidos por Batalha, que dele interpreta bastantes fados como Amor cansado, Boneca atrevida ou Lei da vida.


Letra de João Alberto e música de Valente Rocha


Entrei num bar
com desejos de beber
somente para esquecer
o que não quero lembrar

Bebo por perder a esperança
da sorte que o mundo me nega
com a sede da vingança
só a bebida me sossega


Um homem embriagado
é aos olhos de quem passa,
um corpo abandonado
vivendo a sua desgraça

mas essa alma vencida,
entregue ao vicio à loucura
encontra num bebida
tudo aquilo que procura.

Eu procurei
ser feliz não consegui
tudo o que tinha perdi
do que foi meu já não sei

Ao lembrar o que já tive
desde que me fui esquecendo
a gente pensa que vive
e afinal vai morrendo



terça-feira, 11 de agosto de 2009

Rouxinol da caneira

Continuamos com Carlos Macedo

Letra de Maria Manuel Cid e música do fado mouraria

Fez o ninho o rouxinol
A tocar na água baixa
Guardado da luz do sol
P'la caneira da maracha

Não tem que pôr sua mesa
Nem de calar a verdade
É senhor da natureza
E dono da liberdade

É livre de olhar as águas
De se afogar na corrente
É livre de contar mágoas
É livre de estar contente

Ninguém te corta o caminho
Nem te impede de voar
Ninguém te nega carinho
Ninguém te obriga a calar

Ó rouxinol da caneira
Inveja de toda a gente
Hás-de ensinar-me a maneira
De viver tão livremente





quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Nasci ao pé do teu mundo

Carlos Macedo, volta aqui, porque não me canso de relembrar a sua inegável classe como homem do fado em todas as vertentes que começa (é o termo ideal) na construção da guitarra portuguesa, que tão bem domina como intérprete

Letra de Vasco de Lima Couto música de Armando Machado-fado súplica

(Os meus agradecimentos renovados a fados no fado pela letra ali recolhida)

Vou dar-te aquele tempo de criança
Que tem vontade de gritar ás aves
Para voar aquela doce esperança
Que não conhece as horas que são graves

Vou dar-te a minha infãncia sem medida
Primeiro passo dos regaços quentes
As praias que eu amava de escondida
Onde enterrava o corpo das sementes

Vou dar-te a geração do palco frio
Onde inventei o meu total deserto
De correr o meu corpo em desafio
E a minha boca a soluçar mais perto

E vou dar-te este canto que é já triste
Mas que ultrapassa ainda, a maresia
Para saberes que o meu amor existe
No teu amor onde nasci um dia



sábado, 1 de agosto de 2009

Os meus olhos são dois círios


Ana Moura

Nasceu em Santarém mas ela é "filha" de Coruche, e está cada vez mais confirmada como um dos nomes mais importantes do fado português. Tendo apenas 30 anos, pode dizer-se que tem ainda muito caminho a percorrer pois só a sua imensa qualidade a fez em pouco mais de 6 ou 7 anos, chegar ao topo dum caminho tão difícil como esse de se ser fadista em Portugal.

Ela que apareceu a fazer umas gracinhas no Senhor Vinho e logo por ali ficou fazendo parte do elenco, não é fácil


Letra de Linhares Barbosa música do fado menor

Os meus olhos são dois círios

Dando luz triste ao meu rosto

Marcado pelos martírios

Da saudade e do desgosto


Quando oiço bater trindades

E a tarde já vai no fim

Eu peço às tuas saudades

Um padre nosso por mim


Mas não sabes fazer preces

Não tens saudade nem pranto

Por que é que tu me aborreces

Por que é que eu te quero tanto

És para meu desespero
Como as nuvens que andam altas

Todos os dias te espero

Todos os dias me faltas

Para ouvir este fado clicar >>>>>>>>>>>>> AQUI

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Princesa prometida

Aldina Duarte é uma fadista lisboeta do bairro de Chelas

A letra é da própria Aldina Duarte a música do fado triplicado de José Marques (Piscaralete)

Há um véu no meu olhar
Que a brilhar dá que pensar
Nos mistérios da beleza;
Espelho meu, que aconteceu
Do que é teu e do que é meu
Já não temos a certeza

Na moldura deste espelho
Espelho feito de oiro velho
Tem os traços duma flor
Muitas vezes foi partido
Prometido e proibído
Aos encantos do amor

Espelho meu diz a verdade
Da idade da saudade
Á mulher envelhecida
Segue em frente na memória
Mata a glória dessa história
Da princesa prometida

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quinta-feira, 9 de julho de 2009

Espelho quebrado


Não sei se as pessoas que não conhecem a Liana, conseguem notar, mas quem a conhece desde miúda, percebe que a Liana, canta em contenção e muito bem, acho eu, porque a potencialidade da sua voz, daria para muito mais. Terá sido aconselhada a fazê-lo e muito bem para evitar alguma gritaria, que os seus primeiros tempos indiciavam.


Não é preciso gritar para cantar bem o fado, algumas fadistas têm esse entendimento errado, ainda bem que Liana não segue esse caminho.

Para quando Liana um regresso a Portugal ?

A letra deste fado é de David Mourão Ferreira a música de Alain Oulman

Com o seu chicote o vento
Qu
ebra o espelho do lago
Em mim foi mais violento o estrago
Porque o vento ao passar
M
urmurava o teu nome

Depois de o murmurar,deixou-me

Tão rápido passou
N
em soube destruir-me

As mágoas em que sou tão firme
Mas a sua passagem
E
m vidro recortava

No lago a minha imagem de escrava

Ó líquido cristal
D
os meus olhos sem ti

Em vão um vendaval pedi
Para que se quebrasse
O
espelho que me enluta

E me ficasse a face enxuta

Em mim foi mais violento, o vento


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segunda-feira, 6 de julho de 2009

Rosa da noite

Liana é uma fadista vencedora prque venceu 12 dos 13 concursos em que entrou. Lembro-me bem dela vencer em 1994, com 20 anos a primeira Grande Noite do Fado, que viria a repetir no ano seguinte como sénior. Lembro-me dela loura e muito jovem "desembrulhar" uma voz potentíssima que dominava ainda com dificuldade não deixando de evidenciar alguma gritaria desnecessária.

Melhorou imenso pois aprendeu a dominar as suas capacidades vocais, e depois de ter em 2000 vencido o festival da Canção, foi convidada para o elenco da Amália por Filipe La Féria, desempenhando o papel de Amália enquanto jovem.

Hoje canta assim, mas penso que ambiciona mais do que ser fadista, razão porque se mudou para Londres, por certo em busca doutros caminhos, muito embora continue a cantar fado por lá no restaurante português o Fado em Knightsbridge.

Este fado tem letra de Ary dos Santos e música de Joaquim Luís Gomes

Vou pelas ruas da noite / Com basalto de tristeza
Sem passeio que me acoite / Rosa negra à portuguesa

É por dentro do meu peito triste / Que o silêncio se insinua agreste
Noite negra que despiste / A ternura que me deste

Um cão abandonado / Uma mulher sózinha
Num caixote entornado / A mágoa que é só minha

Trago aos ombros as esquinas / Trago varandas no peito
E as pedras pequeninas / São a cama onde me deito

És azul claro de dia / E azul escuro de noite
Lisboa sem alegria / Cada estrela é um açoite

A queixa de uma gata / O grito de uma porta
No Tejo uma fragata / Que me parece morta

Morro aos bocados por ti / Cidade do meu tormento
Nasci e cresci aqui / Sou amigo do teu vento

Por isso digo Lisboa, amiga / Cada veia é uma rua intensa
Por onde corre a cantiga / Da minha voz que é imensa

Renovo os meus agradecimentos a José Fernandes Castro pelo seu blog Fados no fado, sem o seu trabalho na pesquisa e publicação das letras este post ficaria incompleto.

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