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quarta-feira, 24 de março de 2010

Do amor e da saudade

Ainda não tinha falado aqui, da fadista com mais anos no activo, a lisboeta de Campo de Ourique, Maria Amélia Proença

Em 1946 ganhou um concurso de fado apenas com 8 anos e desde logo encantou toda a gente com a sua voz, conseguindo-se uma autorização especial para poder cantar com aquela idade

Cantou praticamente em todas as casas de fados e em 2005 foi distinguida com o Prémio Carreira da Casa da Imprensa.

É mãe de Carlos Manuel Proença, que toca viola de acompanhamento

Aqui o fado é de Carlos Conde sobre a música do fado cigana de Armando Machado

É sempre, tristonho e ingrata,
que se torna a despedida,
por quem temos amizade,
mas se a saudade nos mata,
eu quero ter muita vida,
para morrer de saudade.

A saudade é um queixa
que se parte e se reparte
porque fere e mortifica
mas é ela que nos deixa,
sentir a dor de quem parte,
e a tristeza de quem fica.

a saudade aviva mais
é o riso a soluçar
é o soluço a sorrir
lágrima que anda no cais
na esperança de ver chegar
quem um dia viu partir

sei que é tristonha e ingrata
pra alma dolorida
que se afoga na ansiedade
mas se a saudade nos mata
eu quero ter muita vida
para morrer de saudade.

Para ouvir este fado clicar >>>>>>>>>>>>> AQUI

Continuando a falar de Carlos Conde sugiro uma visita ao blog de fado que se chama fado corrido onde se pode ouvir também de Carlos Conde o fado Contraste com música de Joaquim Campos, na voz de Frutuoso França.

Ou do magnífico blogue Fado cravo o fado Aí vem o Natal, na voz de Alfredo Duarte Jr e na música do fado Cuf de seu pai.

sábado, 20 de março de 2010

Disse mal de ti

Hoje trago Amália Rodrigues, como já disse, não a homenageio aqui mais vezes porque felizmente a grande Amália é amplamente divulgada e só não ouve fados dela quem não quiser. Hoje a ideia é relembrar um grande poeta do fado de nome Linhares Barbosa o autor deste fado e pelo menos mais 7 que aqui podem ser escutados procurando ao lado pela indicação da etiqueta respectiva.

Pode ler-se no blog de Vitor Marceneiro, Lisboa no Guiness, um documento sobre a vida deste grande poeta do fado

A música deste fado é do Fado bizarro da autoria de Acácio Gomes


Fui dizer mal de ti a toda a gente,
Jurei, teimei, a todos convenci
Que és um impostor que nada sente
E ainda hoje disse mal de ti

Afirmei que me bates, que me oprimes,
Que és covarde, que és cínico e promíscuo
Serias bem capaz dos maiores crimes,
Se te pagassem bem. Disse tudo isto

Todos me acreditaram cegamente
Alguns olhos e lágrimas luzindo
Chorei, gritei, gemi cinicamente,
Mas cá dentro minha alma ia sorrindo

Na boca das mulheres vi o lume
Do ódio, do rancor que eu acendi!
Menti a toda a gente por ciúme!
Só eu quero gostar, gostar de ti







Contudo não fico por aqui e em visita que fiz a blogs amigos de gente fadista permito-me destacar e recomendar uma visita ao Fado em vinil de Fernando Batista e ouvir

domingo, 14 de março de 2010

Acordem as guitarras

Trago aqui um fadista que se chama Helder Coelho. Por certo decnhecido para grande parte das pessoa, já que é fadista que tem circunscrito a sua vida de artista ao Algarve. Nasceu em Faro e conta actualmente 56 anos

Este fado tem letra de Frederico de Brito e música de Eugénio Pepe

Acordem os fadistas

que eu quero ouvir o fado

p’las sombras da moirama

p’las brumas dessa Alfama 

plo Bairro Alto amado. 




Acordem as guitarras
até que mãos amigas
com a graça que nos preza
desfiem numa reza
rosários de cantigas. 


Cantigas do fado

retalhos de vida

ombrais dum passado

de porta corrida 

São ais inocentes

que embargam a voz
das almas dos crentes

que rezam por nós. 


Acordem as vielas

aonde o fado mora

e há um cantar de beijos

em marchas de desejos

que vão pela rua fora. 



Acordem as tabernas

até que o fado canta

em doce nostalgia

aquela melodia

que tanto nos encanta.


sexta-feira, 12 de março de 2010

Conta de beijos

Trago aqui de novo o grande Maurício, realmente o fadista aqui mais vezes lembrado e homenageado, desta vez cantando uma letra de António Judicibus Pinto, sobre a música do fado puxavante.

Existe uma polémica sobre a sua autoria que remeto para este artigo do Portal do fado

Dos beijos que tu me deste,
e dos beijos que eu te dei
Diz se a conta já fizeste,
porque fazê-la não sei

Já tenho a cabeça tonta,
não há soma que me reste
Ao tentar fazer a conta,
dos beijos que tu me deste

Fiz várias contas sem fim,
somei os que me lembrei
Dos que tu me deste a mim,
e dos beijos que eu te dei

Mas como fiquei incerto,
se ainda não te esqueceste
Para eu saber ao certo,
diz se a conta já fizeste

Eram estes os meus desejos,
mas como não acertei
Faz tu a conta dos beijos,
porque fazê-la não sei



segunda-feira, 8 de março de 2010

Disse-te adeus

Trago aqui de novo este fadista da velha guarda que gosto muito de ouvir. José Manuel Rato, de muitas noites em Loures. Com a sua mulher Maria Rosa Rato, também uma excelente fadista, canta soberbamente um excelente Versículo.

Este fado tem letra de Manuela de Freitas e música de Frederico de Brito no fado dos sonhos

A letra foi retirada do magnífico blog Fados do fado.

Disse-te adeus não me lembro
Em que dia de Setembro
Só sei que era madrugada;
A rua estava deserta
E até a lua discreta
Fingiu que não deu por nada

Sorrimos à despedida
Como quem sabe que a vida
É nome que a morte tem
Nunca mais nos encontrámos
E nunca mais perguntámos
Um p’lo outro a ninguém

Que memória ou que saudade
Contará toda a verdade
Do que não fomos capazes
Por saudade ou por memória
Eu só sei contar a história
Da falta que tu me fazes


sábado, 6 de março de 2010

Fado da despedida

Nasceu em Lisboa em 1922 e faleceu em 1995

Foi um fadista castiço que tinha por ofício sapateiro até 1951 quando se profissionalizou, estreando-se no Tipóia. Tardiamente já que cantava desde os 10 anos.

Manuel de Almeida gravou relativamente poucos discos, pois a maior parte da sua carreira foi feita nos retiros e casas de fado lisboetas, às quais se mantinha invulgarmente fiel, doze anos na Tipóia, onze no Lisboa à Noite, e dezasseis no Forte D. Rodrigo.

Assim que o barco partir
rogando a Deus vou pedir
que te dê felicidade
que te dê boa viagem
e a mim me dê coragem
para suportar a saudade

Se não for à despedida,
a razão ó minha querida ,
é fácil de adivinhar,
é que a saudade é medonha,
e depois tenho vergonha,
que alguém me veja chorar,

Se acaso um dia voltares,
feliz e não me encontrares,
se ouvires dizer que morri,
foi de saudades não nego,
ou então devo estar cego,
de tanto chorar por ti.




segunda-feira, 1 de março de 2010

Tenho vergonha

Maria João Quadros é uma fadista veterana, que curiosamente também alterna com uma grande apetência para a música brasileira onde é também muito apreciada,

Este fado tem letra e música de Moniz Pereira

Pelo muito que te amei
E por tudo o que eu chorei
Tenho vergonha
Dos beijos que eu te pedi
Dos desejos que eu senti
Tenho vergonha

Das carícias que trocamos
E aquilo que chorámos
Tenho vergonha
Das cartas que eu te escrevi
Dos ciúmes que eu vivi
Tenho vergonha

Pelo muito que eu te quis
E das figuras que eu fiz
Tenho vergonha
Mas não volto para ti
Apesar do que eu sofri
Só por vergonha

O amor castiga,
faz-nos passar tanto mal
Que nos obriga
a sofrer o que não vale
Eu já sofri dos males do coração
E repeti todos os erros de então