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quinta-feira, 21 de abril de 2011

Fado Mayer



Que ninguém falhe a um espectáculo de sonho, para os amantes de fado e quem ainda não gosta, vá também porque passa a gostar.

No S.Jorge em Lisboa sexta feira 22 de Abril pelas 21 e 30 horas.

Quanto aos participantes, todos aqui representados, podem ser por isso relembrados antes de os ouvir ao vivo.

Trago agora um deles, Filipe Duarte, a cantar o Fado Mayer com música de Armando Augusto Freire (Armandinho) para uma letra de Linhares Barbosa

Foi má não minto, falsa ruim vil cruel
Mas não consinto que ao pé de mim, digas mal dela
Foste banal, não se perdoa, não é decente
Dizer-se mal, duma pessoa, que está ausente

Não, não tolero
Nem espero trazer de novo á cena
Dor, que ainda me dói, não foi nada contigo
Não, não tolero
A não ser que tenhas pena
De não seres como ela foi, para meu maior castigo

Tudo ruiu como um castelo feito de areia
Deves ter brio e não trazê-la á minha ideia
Agora é tarde para censuras, sabe-lo bem
Que Deus a guarde de desventuras e a nós também



domingo, 17 de abril de 2011

Meu amor na despedida

Nesta nova aparição de Pedro Moutinho canta um fado de António Botto para uma música de Manuel de Almeida a que chamou fado antigo


Meu amor na despedida
Nem uma fala me deu
Deitou os olhos ao chão
Ficou a chorar mais eu

Demos as mãos, na certeza
De que as dávamos amando
Mas, ai aquela tristeza
Que há sempre, neste até quando

Uma lágrima surgiu
E pela face correu
Nada podemos dizer
Ficou a chorar mais eu



domingo, 10 de abril de 2011

Julguei endoidecer

Tomei hoje conhecimento da morte de Alcindo de Carvalho, vitimado pela doença de Alzheimer aos 78 anos, no passado dia 6 de Dezembro de 2010.

Embora tardiamente deixo a minha homenagem a mais um grande nome, que ficará para sempre na história do fado


Aqui o trago de novo cantando uma letra de Tristão da Silva para o Fado Esmeraldinha de Júlio Proença

Para ler mais sobre Alcindo de Carvalho ver a sua biografia no portal do Museu do Fado

Julguei endoidecer quando partiste
Deixando entre nós dois, funda barreira
Caiu dentro de mim, a noite triste,
Feita de sombras negras, sem clareira

Durante dias, fui folha caída
Que o tampo vai levando por aí
Fumei, chorei, bebi, mal disse a vida
E desejei morrer, morrer por ti

Perdido sim eu fui, porque a saudade
Falou em mim, mais alto que a razão
Não me deixando ver esta verdade
Não és mulher que valha esta paixão

Quero voltar á vida, á vida que vivi
Quero voltar a ser, tal como outrora
Maldito seja o dia em que te vi
Bendita sejas tu, p'la vida fora


terça-feira, 5 de abril de 2011

Maldito fado

Esta letra de Pedro Bandeira e Álvaro Leal com música de Raúl Ferrão também atribuída a Ayres Pinto Ribeir é de qualquer forma um fado muito antigo, cantado pelo António de Mello Correia


Ele era um bom rapaz trabalhador
Um operário leal cumprindo bem
Vinte anos de ilusão brotando em flor
Numa eterna afeição por sua mãe

Mas um dia fatal os companheiros
Levaram-no a taberna onde parava
A malta de vadios desordeiros
Dos quais um à guitarra assim cantava

Um fadinho a soluçar
Faz de nós afugentar
A ideia da própria morte
Mata a dor mata a tristeza
O fado é bendita reza
Dos desgraçados sem sorte
Tem tal dor e mágoa tanta
Quando canta na garganta
De quem vive amargurado
Que o refúgio preferido
Para quem viver dolorido
Está na doçura do fado

Esta triste canção foi mau agoiro
Que a vida lhe viesse transtornar
Tomou gosto à taberna um matadouro
E em breve até deixou de trabalhar

Uma ideia tenaz e doentia
Trazia-lhe a cabeça transtornada
Chorar fazia a mãe quando o ouvia
Já ébrio ao regressar de madrugada



sexta-feira, 1 de abril de 2011

Peito sofredor

Fernando Jorge volta aqui para cantar esta letra de José Venâncio Ferreira para o fado Varela

Deixem-me andar à deriva, pla cidade
deixem-se só entregue, à minha dor
aos poucos vou morrendo, de saudade
só porque não te vejo, meu amor.

Os beijos que trocámos, sem ter fim,
guardei-os no meu peito sofredor,
saudades de não estares, junto a mim,
de sentir, novamente o teu calor.

Ai Como o tempo passa, santo Deus
como a vida é tão curta, tão pequena
se os erros foram dela, ou foram meus
sei apenas, dizer valeu a pena

E vou vivendo assim, nesta canseira,
sem encontrar a guia, dos meus passos,
e agora amor eu dava, a vida inteira,
para ter-te, novamente nos meus braços