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domingo, 28 de junho de 2009

A saudade é minha

Insisto na Marina Mota porque ela merece

Letra de Carlos Conde música de Túlio Pereira

Quando alguém vive longe de quem ama
E sente a alma triste, dolorida
Há sempre uma saudade que nos chama
Para nos ir matando e dando vida

Quando a gente se esquece de lembrar
Aquilo que se lembra de esquecer
Há sempre uma saudade p’ra matar
E logo outra saudade p’ra viver

Venha a saudade,quero rir, brincar com ela
Quero espreitar-te p’la cortina da janela
Venha a tristeza, quero ter com quem chorar
Abro-te a porta meu amor, podes entrar

Eu tive uma saudade que não digo
Ganhei-a na esperança da amizade
E ando agora a perde-la por castigo
Na esperança que tive da saudade

A saudade que eu tenho ando a cantar
É resto dum amor que alguém deixou
Se a lembro, vivo o sol que anda a brilhar
Se a esqueço, sinto a luz que já passou




quinta-feira, 25 de junho de 2009

Minha mãe é pobrezinha

Continuando pelos acordes do fado corrido, trago esta maravilha que encontrei por aí de ouvir em desgarrada a magnífica fadista Marina Mota (ela sabe fazer muitas coisas bem feitas, mas como fadista é das maiores) e o Carlos Macedo, um interprete, músico e autor dos melhores que o fado têm.

A letra é de Linhares Barbosa, neste fado conhecido popularmente como Tonecas e Marianela


Minha mãe é pobrezinha
Não tem nada para me dar
Dá-me beijos, coitadinha
E depois põe-se a chorar

Tonecas e Marianela
Dois engraçados garotos,
Foram sentar-se, os marotos
Por sob a minha janela,
Nisto diz ele p'ra ela;
Andas tão mal vestidinha
Ando sim, mas não é minha,
A culpa de andar assim,
A vida está tão ruím
Minha mãe é pobrezinha

Tu nunca andaste calçada
Nunca tiveste sapatos
Ela baixou os gaiatos
Olhitos, envergonhada,
Tu nunca tiveste nada,
Uma corda p'ra saltar,
Um arco para brincar
Um tambor, muitas bonecas
Minha mãezinha, Tonecas
Não tem nada p'ra me dar

Eu não posso perceber
tu nunca foste á escola
Para gente p'ra pedir esmola
Não precisa saber ler
Então onde vais comer?
A casa duma vizinha!
Vou lá pela manhãzinha
Á noite vou lá também
E depois, a minha mãe
Dá-me beijos coitadinha

Beijos são apenas beijos
perdoa que eu te diga
Se não enchem a barriga
Não devem matar desejos
Mas não sabem a sobejos
Têm outro paladar
Sabem ao doce manjar
Dos mais ternos alimentos
Minha mãe dá-mos aos centos
E depois põe-se a chorar


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sábado, 20 de junho de 2009

O ardinita

Este fado O ardinita vais ser aqui repartido pelas vozes de Alice Pires(que não canta a quadra inicial) e de Cidália Moreira.

Ainda não tinha apresentado aqui Alice Pires, um fadista de voz poderosa e de tons graves, que aliás têm a minha preferência. Muito embora a sua carreira tenha enveredado pelo teatro de revista quando tem oportunidade ela sabe dar voz ao fado castiço.

Letra de Linhares Barbosa música do popular fado corrido

Ó minha mãe, minha mãe,
Ó minha mãe, minha amada,
Quem tem uma mãe, tem tudo,
Quem não tem mãe - não tem nada!

O ardinita, o João,
Levantou-se muito cedo
Porque tinha que estar cedo
À porta da redacção.
Trincou um naco de pão
Que lhe soube muito bem;
Antes de partir, porém,
Foi-se à mãe adormecida
Dizendo: Cá vou à vida
Ó minha mãe, minha mãe!...

A mãe, com todo o carinho."
Deitou-lhe a benção, beijou-o
E, depois, aconselhou-o:
«Sempre muito juizinho,
Não te enganes no caminho,
Não fumes, não jogues nada...
«Pode ficar descansada!...
Disse ele, p'ra a iludir,
E tornou-se a despedir:
Ó minha mãe, minha amada!...

Cruzou toda a Madragoa
Apressado, a assobiar
Uma marcha popular
Do São João em Lisboa.
Nisto pensou: «É tão ,boa
A minha mãe!... E contudo
Como a engano, a iludo
E lhe minto, coitadinha!...
«Gramo» tanto essa velhinha!
Quem tem uma mãe, tem tudo!...

Neste calão repelente
Da gíria da malandragem,
Havia um quê de homenagem
Na sua boca inocente.
Chegou ao jornal, contente,
Sempre de alma levantada,
Mas, como o calão lhe agrada
Repete: - «Como eu a «gramo»!...
Tanto lhe quero, tanto a amo,
Quem não tem mãe, não tem nada!...

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domingo, 14 de junho de 2009

Tempos de criança

Filipe Duarte um fadiste de Lisboa do bairro da ajuda, continua ser um voz de referência, embora hoje cante menos em público do que fazia há alguns anos atrás quando cantava nas principais casas de Lisboa e do Porto ou no seu Solar do fado, que explorou durante 12 anos

Letra de Clemente Pereira música de Eduardo César

Há muito que já não ia
ao bairro onde nasci

Fui hoje na companhia duma saudade
que me quis levar ali

Mostrou-me á rua onde dei
os passos iniciais

Aquela onde
fui rei da brincadeira,
com o Chico e outros mais


E quando em mim vejo
que a idade avança
E na minha frente
a esperança recua

Ai como eu invejo
Aquela criança
Que brinca contente
com outros, na minha rua


Mostrou-me a escola onde andava
e fiz diversas partidas

Lembrou-me as faltas que dava para brincar,
tanta vez, ás escondidas

A água do chafariz
a molhar quem segue em paz

Ai como a gente é feliz
nessas maldades
desses tempo de rapaz




quarta-feira, 10 de junho de 2009

Trago-te apenas saudade

Trago aqui mais um fadista já desaparecido o Carlos Barra, que deixou numa carreira de muitos anos grande saudade.

Este fado tem letra de Fernando Peres e música de Jaime Santos para o fado do alvito

Trago-te apenas saudade,
Um pouco mais de ansiedade,
e nem sequer uma flor,
numa esperança apetecida,
nasce depressa outra vida,
vida dum beijo de amor.

E quero mais de te querer,
o mal de nunca saber,
tudo o que a vida nos dá,
sombra é corpo de ninguém,
remorso que não se tem,
vida que não volta atrás.

Dá-me o que resta de mim,
outro principio do fim,
tudo aquilo que eu não sei,
esperança dum resto de nada,
promessa de madrugada,
da vida, que não te dei.


terça-feira, 2 de junho de 2009

Resultados da votação de "Qual o fado que mais gosto ?"

Resultados finais da votação efectuada entre os leitores deste blog

  1. Sotão da Amendoeira- votos 1ªfase 9 votos final 6 total 15 votos
  2. Lenda das rosas------------- votos 1ªfase 8 votos final 6 total 14 votos
  3. Fiz leilão de mim ------------ votos 1ªfase 7 votos final 6 total 13 votos
  4. Estranha forma de vida ------- votos 1ªfase 5 votos final 6 total 11 votos
  5. Balada do sol errado ----------votos 1ªfase 5 votos final 6 total 11 votos
  6. É tão bom ser pequenino ------- votos 1ªfase 6 votos final 4 total 10 votos
  7. Búzios ----------------------votos 1ªfase 6 votos final 4 total 10 votos
confirmado os resultados da primeira fase,

Relembrado que este fado foi aqui publicado, cantado pela voz do rei Fernando Maurício.

Simbolicamente, republico este fado, também um dos meus favoritos, cantado por um jovem o fadista nortenho o Ricardo Mesquita.

Letra de Carlos Conde Música de Raul Pinto-Marcha

Naquele típico sótão
Sob as telhas mais antigas
Da Rua da Amendoeira
Inda há traços que denotam

O sabor dado às cantigas
Pla Matilde cantadeira

Airosa mas inconstante

A Matilde dava ao Fado
A graça de outros estilos

No velho café cantante
Que ficava mesmo ao lado
Da Estalagem dos Camilos

No sótão esconso e sujo
Três sombras de porte ufano
Espreitam a Mouraria
As lágrimas de um marujo

Os ciúmes de um cigano
E os remorsos de um rufia

Senti presos os meus pés
Mas desviei o caminho

E quedei-me ali à beira

Só para ver outra vez

Aquele sótão velhinho
Da rua da Amendoeira


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