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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Resta-me a esperança

ANTÓNIO ROCHA é não só um reconhecido talentoso fadista, estilista notável, como um poeta de mérito. Começou a cantar aos 8 anos, e aos 13 conquistou o 1º lugar do concurso do jornal Ecos de Portugal (1951).

Assim começa o notável blogue de musica de jjsilva, onde para além de poder saber mais de António Rocha, se podem ouvir mais uns quantos fados deste grande senhor do fado

Mais um fado cantado sobre a música da marcha de Alfredo Marceneiro

Mais um dia sem te ver,
menos um dia de vida,
sem te ouvir sem te falar,
porque vieste acender,
esta chama adormecida,
que eu não queria despertar.

Quanto mais foges de mim
tanto mais perto te sinto,
menos consigo esquecer-te
mas se apareces por fim,
vejo-me num labirinto
onde receio perder-te

O amor que em mim despertaste,
é rio que corria manso,
e hoje transborda do leito,
falei-te não me escutaste
estendo os braços não te alcanço.
aumenta a angustia em meu peito

Angustia que não se cansa,
desde dia em que te vi
que me prendeu em teus laços
resta-me apenas a esperança
que não fujas mais de ti
e te entregues em meus braços


terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Maria da Cruz

Trago aqui um clássico que a Amália cantou e que Maria da Nazaré interpreta brilhantemente como sempre, esta letra de Amadeu do Vale para música de Frederico Valério chamado Maria da Cruz

Chamava-se ela Maria,
De sobrenome da Cruz,
E na aldeia onde vivia,sorria
Vivia, na paz de Jesus
Tinha um amor, a quem ela
Seu coração entregara
Junto ao altar da capela
Singela, onde ela
Paixão lhe jurara

Mas certo dia,
Veio a saber-se na aldeia
Que o seu pastor lhe mentia,
Que esse amor se lha extinguia
Como a luz de uma candeia
Desiludida, do seu amor, a Maria
Deixou o lar e, perdida,
vem cair desfalecida
Num portal da Mouraria

Sofreu a dor d amargura,
Perdeu o viço e a cor.
E não voltou à ventura,
À doçura, à ternura,
Do amor do pastor
E hoje por cruz, a Maria,
Que é da Cruz, por seu fadário,
Arrasta na Mouraria
A cruz da agonia,
A cruz do Calvário

Ainda canta
Uma canção quase morta,
Mas o estretor na garganta,
Oiço já, quando ela canta,
Ao passar à sua porta
Não tarda o dia
Em que ela, enfim, já vencida,
Terminará a agonia
De arrastar na Mouraria
Toda a cruz da sua vida