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sábado, 27 de julho de 2013

Medo


Já me tenho referido bastantes vezes a esta talentosa fadista que dá pelo nome de Ana Marques e que insisto merece uma grande oportunidade. No próximo dia 29 de Julho, vou por certo ter oportunidade de voltar a ouvi-la, já que ela actua em Portimão no restaurante Lusana. Quem não a conhece não deve perder a oportunidade de a ouvir

Ei-la num fado difícil de cantar talvez por isso pouco cantado, uma letra de Reinaldo Ferreira para a música de Alain Oulman

Quem dorme à noite comigo,
é meu segredo,
Mas se insistirem lhes digo,
O medo mora comigo
Mas só o medo

É cedo porque me embala,
Num vai-vém de solidão
É com silêncio que fala
Com voz de móvel que estala
E nos perturba  a razão

Gritar: quem pode salvar-me,
Do que está dentro de mim,
Gostava até de matar-me
Mas eu sei que ele há-de esperar-me,
Ao pé da ponte do fim


sexta-feira, 12 de julho de 2013

Um fado é pouco


Sempre gostei imenso de ouvir Maria Valejo cantar, lembro-me que a primeira vez que a ouvi, na sua condição de fadista, foi há muito anos, na casa de fados que Tony de Matos geria. Lembro que ela fazia parte do elenco,  repartindo a actuação com o Tony e com outra grande fadista chamada Lídia Ribeiro.

Que é feito de Valejo ? Este minúsculo país consegue ocultar os seus melhores, enquanto dá guarida a qualquer palerma, que entende que usar o inglês para se exprimir é o melhor para as sua carreira, que dura por vezes muito pouco e não se alarga além de Badajoz

Este fado chamado Um fado é pouco tem letra de Artur Ribeiro para a música da  marcha de Raúl Pinto

Um fado só, não vai dar
Para contar à cidade,
Os sonhos que de mim trago,
Um fado, não vai chegar
Nem para dizer metade,
Do amor que te consagro,

Um fado só não é nada,
Para dizer cada anseio,

Do nosso amor sem razão,
Desta paixão desvairada,
Que não sei como é que veio,

Nascer no meu coração.

Para falar, de dois loucos,
Um fado só não vai dar,

Nem vai dar a minha voz,
Todos os fados, são poucos,
E mesmo assim, se calhar

Vai ficar além de nós