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domingo, 26 de setembro de 2010

Poema do nosso amor


Carlos Zel foi um dos fundadores da Academia do Fado e da Guitarra. Nos últimos anos da sua vida, foi o impulsionador e organizador das Quartas de Fado, no Casino do Estoril, por onde passaram muitíssimas vozes de várias gerações.

Nesses concertos também desempenhou o importante papel de divulgador de novos talentos. Deu, de resto, uma importante ajuda nos primeiros passos de fadistas como Camané e Katia Guerreiro.

Em 2000, encheu o Grande Auditório do Centro Cultural de Belém num concerto que marcou definitivamente a sua consagração. Viria a falecer a 14 de Fevereiro de 2002, na sua casa, em Cascais.



Aqui canta na música do fado Acácio de Acácio Gomes uma letra de Hortense Viegas Cesar

De tanto pensar em ti
Desde que te conheci
Chego a não compreender;
Qual a razão ou motivo
Se é por mim próprio que vivo
Se és tu quem me faz viver

E fico então, convencido
Que este afecto desmedido
Passa as normas usuais
Mas corre um dia após dia
E descubro por magia
Que te amo ainda mais

Não tentes compreender
A causa deste meu querer
Para amar não há razão
Só podemos assumir
É inútil discutir
As razões do coração

Talvez que nesta loucura
Se resuma por ventura
Tudo o que não sei dizer
O que sinto é tão maior
Que não cabe, meu amor
Nas palavras que disser

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Escravos e donos


Ainda não tinha trazido aqui Gabino Ferreira uma voz inconfundível do fado, que nasceu no Porto na freguesia do Bonfim, em 1922 e que tanto quanto julgo saber saber ainda está vivo

Canta aqui uma letra de Carlos Conde e música da marcha de Raúl Pinto, um dos seus fados mais populares.

Quem quiser ler mais sobre Gabino Ferreira pode consultar o blog do Vitor Marceneiro, Lisboa no Guiness.

No jardins da cidadela
Em dia alegre de Maio
Pelo caír da tardinha
Um aio solta a cadela
Qua rasga a carne ao lacaio
P’ra divertir a rainha

Depois, no salão doirado
Entre gente de alto porte
E figuras d’alta grei
Um bobo chicoteado
Pelos fidalgos da corte
Vai beijar os pés ao rei

E enquanto a seje real
Atravessa o picadeiro
P’ra ser mostrada á nobreza
Junto ao lago de cristal
Morre á sede um albardeio
P’ra recriar a princesa

Três quadros tristes, banais

Que em futuro mais feliz
Sem ódio nem opressão
Dirão bem quem vale mais
Se os escravos dum país
Se os donos duma nação