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terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Não foi nada

Trago aqui de novo um fadista há muito retirado, mas que julgo ainda estar vivo , chamado Francisco Pessoa , cantando aqui uma letra de David Mourão Ferreira, que julgo estar certo ao dizer, que terá escrito para ele cantar 4 poemas de amor, a música é do fado puxavante que de tantos autores possíveis , nem me atrevo a mencionar nenhum

Talvez houvesse uma flor,
aberta na tua mão,
podia ter sido amor,
e foi apenas traição.


É tão negro o labirinto,
que vai dar à tua rua,
ai de mim que nem pressinto,
a cor dos olhos da lua.


Talvez houvesse a passagem,
Duma estrela no teu rosto
era quase uma viagem
foi apenas um desgosto

Tens agora a mão fechada,
no rosto nenhum fulgor,
não foi nada, não foi nada,
podia ter sido amor.






quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Ouvi dizer que me esqueceste


Ana Moura é uma das fadistas que mais gosto, já várias vezes exprimi o meu particular gosto pelas fadistas que acentuam o seu cantar, porque a voz isso lhes permite claro, nas tonalidades mais baixas

Julgo que essa tendência virá a acentuar-se mais com o passar dos anos o que me indica cada vez virei a  aprecia-la mais . Além disso no que o seu repertório é sempre adequado   às suas características o que nem sempre acontece, diga-se.

Que mais dizer agora ? Uma letra e música do Jorge Fernando é sempre um sinal de qualidade e bom gosto


Guitarra triste, ouvi dizer que me esqueceste
no teu gemido tão magoado
Guitarra triste, perdi a vez e tu perdeste
o céu oculto onde anoitece e nasce o fado

O meu peito se apequena como se a alma atormentada

entre as cordas vibrando se quisesse esconder
Fecho os olhos e triste sigo a voz desesperada
que como eu esta gritando toda a dor de viver

Guitarra triste, ouvi dizer que me esqueceste

no teu gemido tão magoado
Guitarra triste, perdi a vez e tu perdeste
o céu oculto onde anoitece e nasce o fado

Não vou crer repartir com mais ninguém a solidão

escondida de mim no teu triste trinado
o meu traído amor calou minha dor dessa traição
foi por isso que enfim nunca mais cantei fado

Guitarra triste, ouvi dizer que me esqueceste

no teu gemido tão magoado
Guitarra triste, perdi a vez e tu perdeste
o céu oculto onde anoitece e nasce o fado

Guitarra triste, perdi a vez e tu perdeste

o céu oculto onde anoitece e nasce o fado



quarta-feira, 28 de outubro de 2015

De loucura em loucura

Trago aqui uma letra de João Dias que Ricardo Ribeiro canta para o fado cravo de Alfredo Marceneiro



Vou de loucura em loucura

Como quem anda á procura
De uma constante ilusão
Velho sonho em que persigo
Uma voz um rosto amigo
Perdido na multidão

Vou de loucura em loucura
Que o próprio vento murmura
Promessas de um bem ausente
Estranha alma é a minha
Que se sente tão sozinha
Entre tanta e tanta gente

Vou de loucura em loucura
Como quem anda á procura
De uma alma fugidia
Olhos perdidos nos céus
Eu canto pedindo a Deus
Pra me encontrar qualquer dia






quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Fado de Santa Luzia

Este fado cantado por Francisco Sobral, não se chamará Fado de Santa Luzia, esse é claro o nome da musica de Armando Machado , uma das minhas músicas preferidas e que como sempre Francisco Sobral canta magistralmente .

Apanhei este fado na net e além de não saber o nome do fado obviamente também não sei quem é  o autor da letra  e agradeço que quem souber me informe, sendo a letra tirada directamente do que ouço, nesta gravação difícil, também pode acontecer algum erro, que peço a quem ouça melhor que eu me corrija 


Meu amor não me lamento, 
tanto sol e tanto vento,
gostar de mim, quem me dera,
ter sorrisos de alegria,
arco iris de fantasia,
sob os céus da nossa espera

Nos campos de desejos,
Há dois rios que te não vejo,
Há  dois mares que não são meus,
Há desejos por arder,
tudo por me acontecer,
à espera dum olhar teu.

Mas ao dares-me a tua mão,
dou-te inteiro um coração,
com a loucura mais pura,
quem ama assim deste jeito, 
trás gravado no seu peito
uma rosa de ternura




sexta-feira, 10 de julho de 2015

Boa noite solidão

Tento não divulgar aqui o que habitualmente circula abundantemente pela net, eis a razão porque não tenho nada da Amália (por exemplo) porque quem a quer ouvir tem tudo por aí publicado. Hoje abro uma excepção por um dos fados mais ouvidos e que constatei agora que ando em arrumações , não ter aqui publicado . Claro que a autoria é do Jorge Fernando e normalmente (quase sempre) são sextilhas cantadas nas do Carlos da Maia. Aproveito esta ocasião de ter encontrado este fado cantado em fado cravo do Alfredo Marceneiro ( é para mim como já tenho dito juntamente com o fado Santa Luzia os meus favoritos), pela Maria da Nazaré , gosto mais desta opção

Boa-noite solidão,
Vi entrar pela janela,
O teu corpo de negrura,
Quero dar-me à tua mão,
Como a chama duma vela,
Dá a mão à noite escura.

Só tu sabes, solidão,
A angústia que traz a dor,  
Quando o amor a gente nega,

Como quem perde a razão,
Afogamos nosso amor, 
No orgulho que nos cega.

Os teus dedos, solidão,
Despenteiam a saudade,

Que ficou no lugar dela,
Espalhas saudades p'lo chão,
E contra a minha vontade, 

Lembras-me a vida com ela.

Com o coração na mão,
Vou pedir-te, sem fingir, 

Que não me fales mais dela,
Boa-noite solidão,
Agora quero dormir, 

Porque vou sonhar com ela.






domingo, 25 de janeiro de 2015

Esta gente

Saudades de ouvir Teresa Tarouca, neste poema da Sophia de Melo Breyner, que não fazendo ideia de quando ela o escreveu, poderia admitir que tinha sido ontem, a música é de Lima Brummon

Esta gente cujo rosto,
as vezes luminoso ,
e outras vezes tosco,
ora me lembra escravos,
ora me lembra reis,


Faz renascer meu gosto,
de luta e de combate,
contra o abutre e a cobra,
o porco e o milhafre,


Pois a gente que tem
o rosto desenhado
por paciência e fome,
é a gente em quem
um país ocupado
escreve o seu nome

E em frente desta gente
ignorada e pisada 
como a pedra do chão
e mais do que a pedra,
humilhada e calcada.

Meu canto se renova
Meu canto se renova
e recomeça a busca,
de um país liberto
de uma vida limpa,
e de um tempo justo,


Esta gente cujo rosto
as vezes luminoso 
e outras vezes tosco,
ora me lembra escravos,
ora me lembra reis.

Faz renascer meu gosto,
de luta e de combate,
contra o abutre e a cobra,
o porco e o milhafre.

Pois a gente que tem
o rosto desenhado,
por paciência e fome,
é a gente em quem,
um país ocupado
escreve o seu nome




quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Amor de Mel, Amor de Fel

Tenho andado há um tempo para publicar aqui este fado que é um dos meus favoritos e chegou agora a altura. É um fado coim letra da Amália Rodrigues e música do Carlos Gonçalves . Escolhi a voz de Cristina Nóbrega , fadista que já sigo há algum tempo mas de quem não tenho nenhum CD daí o ter-me socorrido dum video na net o que não é habitual aqui no meu blog.

Cristina é uma excelente voz e além disso parece-me ter por hábito respeitar os autores dos fados que interpreta, mencionando-os, coisa infelizmente muito pouco habitual e que eu sempre contesto



 Tenho um amor
 que não posso confessar
 Mas posso chorar
Amor pecado, 
amor de amor 
Amor de mel, 
amor de flor 
Amor de fel, 
amor maior, 
amor amado 

Tenho um amor,
amor de dor, 
amor maior 
Amor chorado 
em tom menor
Em tom menor 
maior o fado 

 Choro a chorar 
tornando maior o mar
Não posso deixar de amar 
o meu amor em pecado

Fui andorinha ,
que chegou na primavera ,
Eu era quem era
Amor pecado,
amor de amor 
Amor de mel, 
amor de flor 
Amor de fel,
amor maior, 
amor amado 

Tenho um amor, 
amor de dor, 
amor maior 
Amor chorado 
em tom menor 
Em tom menor 
maior o fado

Quero chorar 
tornando maior o mar 
Não posso deixar de amar 
o meu amor em pecado 

 Fado maior, 
cantado em tom de menor 
Chorando um amor de dor
 Dôr de um bem e mal amado
 

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Viagem

É uma excepção o que aqui trago hoje, mas confesso fiquei encantado por ouvir esta fusão do Fado Tango, com flamenco, cantado por esta jovem que só hoje conheci e que dá pelo nome de Mara. Não faço ideia se o seu projecto artístico passa exclusivamente pelo fado, e penso que não, para já foi convidada por António Chaínho para cantar no seu espectáculo dia 30 de Janeiro em Évora, o que julgo ser um excelente incentivo para a sua carreira.





sábado, 10 de janeiro de 2015

Juventude

Neste meu cantinho vou passar a anunciar, quando tiver conhecimento , de algumas actuações de fadistas que eu julgo merecerem a atenção de quem ama o nosso fado.

Assim hoje sábado dia 10 vou voltar a ouvir esta fadista que já aqui referi pelo menos duas vezes. A actuação é em Portimão no restaurante Bela Rosa (telf. 925933266). Saliento que em nenhuma circunstância faço esta divulgação em nome de qualquer outro fim menos desinteressado.

Aqui vamos ouvi-la num fado já antigo com letra de Júlio Vieitas para as sextilhas de Carlos da Maia

Quando se tem juventude
Com floridas ilusões
A vida é rumo sem norte;
Brincamos com a saúde
Vibramos com as paixões
Vive-se á mercê da sorte

Ilusões, quem as não tem
Por mim passaram também

Aventuras desmedidas
Quantos caminhos cruzados
Bons momentos, maus bocados

Coisas que não sâo esquecidas

Dos momentos mais risonhos
Há recordações eleitas

Que guardamos com saudade
Pois até nos próprios sonhos
Eu vejo ilusões desfeitas

Que foram realidade

Meus Deus, o que o tempo faz
Dilacera o coração

No peito a chama não arde
E quando olhamos p'ra trás
Até pedimos perdão

Com pena de ser tão tarde