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sábado, 29 de outubro de 2011

Divina do amor


Não há fados mal cantados por Fernando Maurício e muitos são emblemáticos no seu repertório como é o caso desta letra de Mário Raínho para a música do fado Britinho de Frederico de Brito


Ó divina do amor
Amante, mulher, irmã
Senhora amiga do lar

O teu rosto é uma flor
Orvalhada pla manhã
Que a minha voz quis cantar

Ó divina do amor
Minha razão de viver
A ternura em cada instante

Quem te deu esse esplendor
Que me dá gosto de ser
O teu amor teu amante

Minha menina crescida
Que Deus quis pôr a meu lado
Como irmã da minha dor
Por ti é que existe a vida
Por ti eu canto este fado
Ó divina do amor




quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Voltei ao cais

O rei Maurício volta aqui com um clássico, que ele muitas vezes cantava, Uma letra de António Rocha para o Fado Porto de António Barbeirinho.

Voltei ao cais da partida,
Voltei, sim porque sonhei,
Que voltavas nesse dia
E que trazias a vida,
Que há tempo, ao cais te levei,
Ficando de alma vazia

Meu olhar iluminou-se,
Quando te vi acenando,
Corri para te abraçar
Mas, o sonho dissipou-se
E acordei, mesmo quando,
Ia teus lábios beijar

Vi fugir o doce enleio,
Que envolveu teu regressar
É triste a realidade
Tu não vens e eu receio,
Que me possa habituar,
A viver com a saudade





Entretanto descobri um novo síto de fado muito interessante recomendando uma visita ao Tertúlia do fado.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Cantar é desabafar

Jaime Dias volta aqui, para cantar Mário Raínho um dos actuais poetas de fado, mais cantado significativo da sua superior qualidade como poeta, a música é de Paco Gonzalez, cuja obra repleta de êxitos merece os maiores elogios

A minha voz cantou p'ra não chorar
Porque a saudade dói, quando acontece
Ás vezes, cantar é desabafar
E o frio que há em nós, quase arrefece

A minha voz cantou dum jeito terno
Numa oração sentida onde se espera
Alcançar o final dum longo inverno
Florir um novo fado em primavera

A minha voz cantou a noite inteira
Para afastar de mim, a solidão
Que teimou em ficar á minha beira
A envelhecer meu tonto coração

A minha voz cantou um novo fado
Marcado pelo tom da despedida
E mal se despedia do passado
Voltaste tu de novo á minha vida

(letra recolhida do magnífico Fados do fado )


segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Valsa vienense

Dum trabalho de 2003 de Paulo Penim Os nomes do amor, que trago de novo este fadista
amador mas que gostaria de ouvir mais vezes, ele reúne ao seu talento de fadista a qualidade comprovada de grande letristas como é o caso

Letra de António Lobo Antunes e música do Fado Varela

Porque és o retrato dos meus olhos
onde as fontes do sol vêm beber,
este mar de Setembro azul perfeito
que nas pedras acaba de morrer.

Porque na noite clara do teu peito,
a lua é só um pássaro ferido,
e as palavras nascem dos meus dedos,
carregadas de sonho e de sentido.

Porque és a cor dos rios em cada fonte,
no silêncio da terra revelada
lágrima, orvalho, pétala horizonte,
onde se abre verde a madrugada.