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quarta-feira, 30 de abril de 2008

Já me deixou

O fado na voz de Max, um dos grandes nomes de sempre tem um sabor especial, adocicado com o sotaque madeirense.

Neste fado canta uma letra de Artur Ribeiro, para uma música de sua autoria

Este fado foi reeditado peal Emi-Valentim de Carvalho em 2004 sob o título genérico de Max(biografias do Fado)

A saudade andou comigo
E através do som da minha voz
No seu fado mais antigo
Fez mil versos a falar de nós.
Troçou de mim á vontade,
Sem ouvir sequer os meu lamentos,
E por capricho ou maldade,
Correu comigo a cidade,
Até há poucos momento.


Ja me deixou foi-se logo embora,
A saudade a quem chamei maldita.
Já nos meus olhos não chora,
Já nos meu sonhos não grita.
Já me deixou foi-se logo embora,
Minha tristeza chegou ao fim,
Já me deixou mesmo agora,
Saíu pela porta fora
Ao ver-te voltar pra mim


Nem sempre a saudade é triste
Nem sempre a saudade é pranto e dor
Se em paga a saudade existe,
A saudade não dói tanto amor,
Mas enquanto tu não vinhas,
Foi tão grande o sofrimento meu,
Pois não sabia que tinhas,
Em paga ás saudades minhas,
Mais saudades do que eu



segunda-feira, 28 de abril de 2008

Mais um fado no fado

Para me estrear neste blogue para o qual fui convidada, pego nas palavras dos autores anteriores, para referenciar igualmente a Fábia Rebordão, cantando com o Camané, este fado com letra de Júlio de Sousa e música de Carlos da Maia do fado Perseguição

Eu sei que esperas por mim
Como sempre, como dantes
Nos braços da madrugada
Eu sei que em nós não há fim,
Somos eternos amantes,
Que não amaram mais nada

Eu sei que me querem bem
Eu sei que há outros amores
Para bordar no meu peito
Mas eu não vejo ninguém
Porque não quero mais dores
Nem mais batom no meu leito

Nem beijos que não são teus
Nem perfumes duvidosos
Nem carícias perturbantes
E nem infernos nem céus
Nem sol nos dias chuvosos
Porque 'inda somos amantes

Mas Deus quer mais sofrimento
Quer mais rugas no meu rosto
E o meu corpo mais quebrado
Mais requintado tormento
Mais velhice, mais desgosto
E mais um fado no fado

para ver este clicar aqui

ou escolher esta opção >>>>>>>>>>> aqui

sábado, 26 de abril de 2008

Estrela que se apaga

Aqui de novo e não será última por certo, Fernando Maurício cantando uma letra de Jorge Fernando sobre música do Fado Alvito de Jaime Santos

Este fado foi editado em 1991 pela Movieplay num trabalho que tem por título O Fado

Tenho as estrelas por telha
O meu tecto um velho barco
Por paredes a maresia

Espreita-me o arco-da-velha
Como se a velha e o arco
Me fizessem companhia


O corpo já não reclama
Os colchões de pedra dura
A que está habituado

Mas por dentro há uma chama
Que arde viva e segura
No meu sangue revoltado

Quando chega o vento aflito
Contra os vidros da janela
Do quarto que não conheço

Sopro para o infinito
Apago a última estrela
Logo depois adormeço



domingo, 20 de abril de 2008

As minhas mãos

Um jovem como Rodrigo Costa Félix, já não é apenas um jovem talentoso, uma promessa do fado, já é presentemente um grande valor

Canta aqui este poema de Manuel de Andrade com música do fado bailado de Alfredo Marceneiro

Mãos abertas mãos de dar,
as minha mãos são assim,
viste-as abertas chegar,
abertas hão de ficar,
quando tu morreres em mim.

Ao partir não sentirei,
nada mais do que ao chegar
minha mãos, quando as mostrei,
vinham abertas e sei
que abertas hão de ficar

Nunca as juntei para rezar,
nem nunca as ergui aos céus,
minhas mãos, são mãos de dar,
nao sabem querer nem esperar,
nem sequer dizer adeus.

Ao partir não levarei,
nada teu partindo em mim,
de mãos abertas irei,
passado nunca o terei,
as minha mãos são assim.

Para adquirir este fado incluído no album chamado "Fados d alma" clicar >>> aqui


segunda-feira, 14 de abril de 2008

Quando voltares

Manuel de Almeida foi um grande nome do fado, Dizer-se foi aqui apenas significa que já não está entre nós, porque continuará sendo sempre um grande fadista.

Este fado tem letra de Artur Ribeiro e música de Jorge Fontes


Quando me lembro criança,
da nossa vida passada,

eu peço a Deus que te traga

de novo ao nosso abraço,

para num beijo fremente
cheio de amor e perdão,
poder matar as saudades,
que trago no coração
.

Quando voltares
,
de viver sem mim
cansada,
saudosa
e já convencida
.
do que a vida se resume

vais encontrar
,
a minha porta fechada
, e
a tua chave escondida

no cantinho do costume
,

Vais encontra no jardim,

as rosas do teu agrado,
pus os teus cravos vermelhos ,

no nosso quarto enfeitado
.
e na tua travesseira

vazia ao lado da minha

vais ver as marcas do pranto
que chorei à noitinha



quinta-feira, 10 de abril de 2008

Aquela janela virada pró mar

Tristão da Silva de novo cantando um fado de Frederico de Brito.

Fica a nota que será por certo a última vez que publicarei um fado sem ser acompanhado à guitarra e à viola. Só o facto de ser o Tristão da Silva a cantar me fez abdicar desse princípio.

Chamo a atenção ara a profundidade daqueles graves quando diz que eu deixei um dia, ninguém canta assim, continua a ser um deslumbre ouvi-lo.


Cem anos que eu viva não posso esquecer-me
Daquele navio que eu vi naufragar
Na boca da Barra tentando perder-me
E aquela janela virada pró mar

Sei lá quantas vezes desci esse Tejo
E fui p´lo mar fora com a alma a sangrar
Levando na ideia os lábios que invejo
E aquela janela virada pró mar

Marinheiro do Mar Alto
Olha as ondas uma a uma
Preparando-te um assalto
P´ra fazer teu barco em espuma

Repara na quilha bailando na crista
Das vagas gigantes que o querem tragar
Se não tens cautela não pões mais a vista
Naquela janela virada pró mar

Se mais ainda houvesse mais fortes correra
Lembrando-me em noites de meigo luar
Duns olhos gaiatos que estavam à espera
Naquela janela virada pró mar

Mas quis o destino que o meu mastodonte
Já velho e cansado viesse encalhar
Na boca da barra e mesmo defronte
Daquela janela virada pro mar

Marinheiro do mar alto
Olha as vagas uma a uma
Preparando-te um assalto entre montes de alva espuma
Por mais que elas bailem numa louca orgia
Não trazem desejos de me torturar
Como aquela doida que eu deixei um dia
Naquela janela virada pró mar




domingo, 6 de abril de 2008

Que estranha forma de vida

Quando esta menina despontou, para o conhecimento do público, num programa de Televisão,já eu a tinha ouvido cantar o fado, algumas vezes no restaurante Os Ferreiras, em Lisboa, na rua de S.Lázaro e lembro-me do que ouvi o Fernando Maurício dizer dela.

Ainda prima afastada da Amália, Fábia Rebordão é um potencial grande valor do Fado, porque é ainda muito nova, assim ela o queira em vez de preferir ser mais uma no mundo da canção ligeira portuguesa.

Não posso sequer considerar que aquilo que aqui hoje se ouve seja o seu melhor, acreditem que ela é capaz, eu atesto, de o fazer muito melhor.

Este fado é da autoria de Amália Rodrigues (letra) e de Alfredo Marceneiro para a música do seu Fado Bailado *

Foi por vontade de Deus
que eu vivo nesta ansiedade.
Que todos os ais são meus,
Que é toda a minha saudade.
Foi por vontade de Deus.

Que estranha forma de vida
tem este meu coração:
vive de vida perdida;
Quem lhe daria o condão?
Que estranha forma de vida.

Coração independente,
coração que não comando:
vives perdido entre a gente,
teimosamente sangrando,
coração independente.

Eu não te acompanho mais:
para, deixa de bater.
Se não sabes aonde vais,
porque teimas em correr,
eu não te acompanho mais.

* de novo agradeço a colaboração de Fernando Batista do Porto.

Caso não consiga ver o vídeo escolhendo a opção em fim de página clicar >>>> aqui


Povo que lavas no rio

Não quero insistir demasiado em publicar aqui coisas da grande Amália Rodrigues, pela simples razão que a internet e em especial o You Tube estão cheios de grande momentos dela.

Por outro lado este blogue ficaria sempre incompleto, se não trouxesse aqui um dos grande fados que interpretou, escolhi este com letra de Pedro Homem de Melo e música do Fado Vitória de Joaquim Campos da Silva


Povo que lavas no rio
que talhas com teu machado
as tábuas do meu caixão
há-de haver quem te defenda
quem compre o teu chão sagrado
mas a tua vida não

Fui ter à mesa redonda
beber em malga que esconda
um beijo de mão em mão
Era o vinho que me deste
água pura em fruto agreste
mas a tua vida não

Aromas de urze e de lama
dormi com eles na cama
tive a mesma condição.
Povo, povo eu te pertenço
deste-me alturas de incenso
mas a tua vida não