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domingo, 20 de abril de 2008

As minhas mãos

Um jovem como Rodrigo Costa Félix, já não é apenas um jovem talentoso, uma promessa do fado, já é presentemente um grande valor

Canta aqui este poema de Manuel de Andrade com música do fado bailado de Alfredo Marceneiro

Mãos abertas mãos de dar,
as minha mãos são assim,
viste-as abertas chegar,
abertas hão de ficar,
quando tu morreres em mim.

Ao partir não sentirei,
nada mais do que ao chegar
minha mãos, quando as mostrei,
vinham abertas e sei
que abertas hão de ficar

Nunca as juntei para rezar,
nem nunca as ergui aos céus,
minhas mãos, são mãos de dar,
nao sabem querer nem esperar,
nem sequer dizer adeus.

Ao partir não levarei,
nada teu partindo em mim,
de mãos abertas irei,
passado nunca o terei,
as minha mãos são assim.

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