Querendo ver outros blogs meus consultar a Teia dos meus blogs

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Quem me dera ser o vento

Marco Rodrigues nascido que nos Arcos de Valdevez vem para Lisboa com a mãe, o fado entrou-lhe pela vida dentro sem pedir licença.

Marco Rodrigues acompanha-se muitas vezes à viola.pois como ele diz Sinto-me muito mais confortável sendo eu a tocar viola porque a minha forma de estar na música, ao vivo, é um pouco irreverente. Gosto de controlar as dinâmicas, os andamentos, de ser eu a segurar o todo. Quando se concentra essa energia só a cantar é fantástica. Mas quando se concentra essa enegria a cantar e a tocar, levando as dinâmicas lá para cima ou cá para baixo, ainda é melhor”.

Ele canta aqui esta letra de Rui Manuel para o fado 3 bairros de Casimiro Ramos


Quem me dera ser o vento
pra levar ao esquecimento
qualquer lembrança de ti,
e as leves folhas do Outono
transportassem sem retorno
tantas mágoas que vivias.

Quem me dera ser a lua,
para espreitar cada rua,
em que passámos os dois
ser uma nuvem teimosa,
que chovesse impiedosa,
para nos apagar depois.

Quem me dera ser o vento
que não passasse tão lento,
dentro de mim a doer,
ser a urgência dum beijo,
que me matasse o desejo,
e esta sede de te ver.

Quem me der ser verdade,
quer matar esta saudade,
tão grande do teu olhar,
quem me dera que quisesses,
o amor que me oferecesses,
todo o amor que quero dar.


domingo, 20 de fevereiro de 2011

Enigma

É comum dizer-se no meio fadista, que existe um estilo mouraria de cantar o fado, por certo inspirado do grande Fernando Maurício o mestre dessa escola, que continua para além do seu desaparecimento físico.

Falo disto a propósito de Vítor Miranda, se há fadistas que merecem ser mencionado quando se fala nesse tema é por certo ele.

Volta aqui com o fado Enigma de Domingos Gonçalves da Costa para a música do Fado Zé Negro de Francisco José Marques


Das horas, perco a noção,
Assim que a noite declina,
P'ra madrugada chegar.
Envolto na escuridão
Procuro sempre uma esquina
Só para te ver passar

Quero dizer que te amo,
Mas qual sombra fugidia,
Passas por mim descuidada.
Quando a tua imagem chamo
Á luz divina do dia,
É tudo sombra e mais nada.

Por isso, sem que me afoite,
Em passar de noite à rua,
Onde em má hora te vi
Procuro as sombras da noite
E então, escondido da lua,
Eu canto, pensando em ti

Quem sou, quem és, não importa
Eu sou mais um que suporta
Esse amor inconfessado
E tu, com esse amor esquivo
Serás o doce motivo
Que me inspirou este fado


segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Súplica

Um dos meus fados favoritos, incluído no seu album Do amor e dos dias, este fado é de autoria de Frederico de Brito com música de Ferrer Trindade

Já quantas vezes
Te pedi que me esquecesses
Ou que ao menos não viesses
Não voltasses mais aqui
Pois tu não vês
Que o mau viver que tu me dês
Só pode ser por malvadez
E eu não espero mais de ti

Já quantas vezes
Te implorei por caridade
Que encobrisses a maldade
Que há-de ir sempre onde tu vais
Eu poderei ser um traidor
Fugir à lei do que amor
Sofrer bem sei
Mas prender-me nunca mais

Ainda agora
Eu bem sei que tu não gostas
Vou pedir-te de mãos postas
Que me dês o que era meu
Vagas paixões, meus tristes ais
Mil tentações e pouco mais
Do que ilusões
Que o amor…esse morreu



sábado, 5 de fevereiro de 2011

Voltaste

Adélia Pedrosa volta aqui num fado de Joaquim Pimental outro fadista português já falecido que como ela fez a sua carreira no Brasil

Voltaste, ainda bem que voltaste
As saudades que eu sentia
não podes avaliar

Voltaste, e á minha vida vazia

Voltou aquela alegria
que só tu lhe podes dar


Voltaste, ainda bem que voltaste
Embora saiba que vou
sofrer o que já sofri

Cansei, cansei de chorar sozinha

Antes mentiras contigo do que verdades sem ti

Voltaste, que coisa mais singular
,
Eu quase não sei cantar
se tu não estás a meu lado

Voltaste, já não me queixo não grito

És o verso mais bonito
deste
meu fado acabado


Voltaste, ainda bem que voltaste

O passado é passado,
para quê lembrar agora

Voltaste, quero lá saber da vida

Quando dormes a meu lado,
a vida dorme lá fora