Esta letra de Pedro Bandeira e Álvaro Leal com música de Raúl Ferrão também atribuída a Ayres Pinto Ribeir é de qualquer forma um fado muito antigo, cantado pelo António de Mello Correia
Ele era um bom rapaz trabalhador
Um operário leal cumprindo bem
Vinte anos de ilusão brotando em flor
Numa eterna afeição por sua mãe
Mas um dia fatal os companheiros
Levaram-no a taberna onde parava
A malta de vadios desordeiros
Dos quais um à guitarra assim cantava
Um fadinho a soluçar
Faz de nós afugentar
A ideia da própria morte
Mata a dor mata a tristeza
O fado é bendita reza
Dos desgraçados sem sorte
Tem tal dor e mágoa tanta
Quando canta na garganta
De quem vive amargurado
Que o refúgio preferido
Para quem viver dolorido
Está na doçura do fado
Esta triste canção foi mau agoiro
Que a vida lhe viesse transtornar
Tomou gosto à taberna um matadouro
E em breve até deixou de trabalhar
Uma ideia tenaz e doentia
Trazia-lhe a cabeça transtornada
Chorar fazia a mãe quando o ouvia
Já ébrio ao regressar de madrugada
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