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sexta-feira, 29 de maio de 2009

Quero que sintas que te quero

No passado dia 10 de Maio, realizou-se no Fórum Lisboa a festa de homenagem pelos 40 anos de carreira do fadista João Casanova.

Este fado é do seu repertório tem letra de Carlos Alberto Gonçalves e música de Santos Moreira do fado moleirinha

Quero que sintas que te quero como a ninguém
Quero que vejas como é grande o meu sofrer
Quero que saibas que p'ra sempre te amarei
E tu serás eternamente o meu viver

Quero que tenhas p'ra comigo, mais cuidado
Vê lá se deixas de arranjar tantas intrigas
Se tu és livre e até nem tens namorado
Pra quê diferente das outras mais raparigas?

Passas por mim com teu sorrisinho de troça
Sempre a troçar do meu sincero e puro amor
Até te esqueces, que quando rir já não possas
Sou eu que rio e rirei muito melhor.

Mas nesse dia, podes crer que sou sincero
Em te dizer que só a ti eu amarei
Era mentira se dissesse não te quero
Pois meu amor, sem teu amor não viverei

Para ouvir clicar >>>>>>>>>>>>>>>>>> aqui

ou no dia em que comemorou os seus 40 anos de carreira




segunda-feira, 25 de maio de 2009

Ciúme é chama maldita

Letra de Jorge Rosa música de Armando Machado-Fado cigana


Ciúme é chama maldita
Que se ateou na minh'alma
E que aos poucos me devora,
Padece a pobre, e não grita
Sofre, mas não perde a calma
Agoniza mas não chora.

Só eu e Deus, mais ninguém
Sabemos quanta tortura
O meu coração padece.
Mas no meu rosto, porém
Nem a mais leve amargura
Se desenha, ou transparece

E ao fracasso não cedo
E juro por minha fé
Ninguém verá o meu fim.
Eu sou como o arvoredo
Morrem as arvores de pé
Também morrerei assim



sexta-feira, 22 de maio de 2009

Gostei de ti e Senhora do Monte

Carlos Ramos gostava de ficar a ouvir o fado nas tascas de Alcântara, bairro onde nasceu em 1907, e foi como guitarrista acompanhante que iniciou carreira, aprendendo a tocar guitarra portuguesa na adolescência, nos intervalos dos estudos liceais.

Estudou para médico, mas a morte do pai, com apenas 18 anos, obrigou-o a trabalhar para sustentar a família, dedicando-se à radio-telegrafia, ofício que aprendera no serviço militar e do qual faria carreira profissional. Continuava, contudo, a tocar e cantar nas horas vagas, primeiro apenas como acompanhante (nomeadamente de Ercília Costa numa digressão americana) depois também como fadista em nome próprio, acompanhando-se a si próprio à guitarra, acabando, a conselho de Filipe Pinto, por se profissionalizar como cantor em 1944.

Estreou-se então no Café Luso, no Bairro Alto, criando Senhora do Monte o seu primeiro grande êxito


Letra de Guilherme Pereira da Rosa música de Jorge Costa Pinto


A nossa vida
Anda presa no destino

Vai de vencida
Mandada p’loDeus menino

E se em meu fado
Tu foste o meu desepero

Hoje és passado
Podes crer, já não te quero


Gostei de ti,
como ninguém há-de amar-te

O que eu sofri,
só de pensar em deixar-te

mas se hoje passo,
junto a ti por qualquer rua

Não há um traço de paixão,
por culpa tua


Foste a culpada
Desta indiferença de agora

P’ra mim és nada
Tu que foste tudo outrora


És o passado
Apenas recordação

Lume apagado
A cinza duma paixão


*** Senhora do Monte

Letra de Gabriel de Oliveira música de Raúl Ferrão-Fado Carriche

Naquela casa de esquina
Mora a Senhora do Monte,
E a providência divina
Mora ali, quase defronte

Por fazer bem á desgraça,
Deu-lhe a desgraça também,
Aquela divina graça,
que Nossa Senhora tem

Senhora tão benfazeja
Que a própria Virgem Maria,
Não sei se está na igreja
Se naquela moradia

E o luar da lua cheia
Ao bater-lhe na janela,
Reforça a luz da candeia
No alpendre da capela.

Vai lá muita pecadora,
Que de arrependida,chora
Mas não é Nossa Senhora
Que naquela casa mora




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sexta-feira, 8 de maio de 2009

Estranha contradição

António Mourão nasceu no Montijo a 3 de Julho de 1936 e foi ao cumprir o serviço militar que a sua voz começou a dar nas vistas, passandoa cantar, como amador, nas casas de fado de Lisboa.
Já profissional em 1964, foi contratado para a Parreirinha de Alfama, de "Argentina Santos".

Na revista “E Viva o Velho”, no Teatro Maria Vitória, interpretou "Oh Tempo Volta Para Trás", que viria a ser um dos maiores êxitos da história da música portuguesa.


Andei a dizer andei,
que não queria ver-te mais,
que não queria te falar.
Calcula que até jurei,
Não ir aonde tu vais,
Pra nunca mais te encontrar.

Pobre de mim, a razão,
Que se perde na tortura,
De não querer o que eu desejo.
E em estranha contradição .
Eu ando á tua procura
E ando a ver se te não vejo


Falo-te e não te conheço
Olho, sem te encontrar
Tu sabes que não mudarei.
Duma coisa me convenço,
Sempre te hei de procurar,
Nunca mais te encontrei.

Este fado tem letra de Maria Helena de Freitas e música de Pedro Rodrigues-Sextilhas

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terça-feira, 5 de maio de 2009

Meus olhos


Celeste Rodrigues nasceu em Lisboa no bairro de Alcântara a 14 de Março de 1923.
Começou a cantar em 1951 e é neste momento a fadista mais antiga em actividade.
O tempo moldou-lhe a voz e a alma, a experiência de uma vida inteira dedicada ao fado enriqueceu de forma única a sua maneira de cantar. É uma referência para as vozes mais jovens com quem, muitas vezes, partilha as noites de fado em Lisboa.

Celeste Rodrigues não pode ser apenas a irmã da Amália, tem uma alma fadista própria, em voz pequenina como ela diz.



letra de António Botto música de José Joaquim Cavalheiro Jnr no Fado menor do Porto


Meus olhos que por alguém
Deram lágrimas sem fim
Já não choram por ninguém
Basta que chorem por mim

Arrependidos e olhando
A vida como ela é
Meus olhos vão conquistando
Mais fadiga e menos fé

Sempre cheios de amargura
Mas se a vida é mesmo assim
Chorar alguém, que loucura
Basta que chorem por mim

Os meus agradecimentos ao Fados no fado,
pela letra que de lá roubei

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sábado, 2 de maio de 2009

Fernando Oliveira e Costa


Confesso que não conhecia este fadista chamado Fernando Oliveira e Costa, descobri-o no sítio de Torre da Guia um admirável poeta e homem do fado, a quem "roubei" esta peça.

Torre da Gui diz o seguinte de Oliveira e Costa

Trata-se de um intérprete de fado fora de série que ainda se considera em período de tarimba. Logo que Fernando Oliveira e Costa opte a rigor por reportório pessoal, tanto em texto como em música, a cidade invicta quiçá aí faça jus a um luminoso radicado portuense que não careça em exclusivo da ribalta alfacinha para impor-se. O Fernando sabe tomar o significado e o som das palavras e arrebatá-las até à delícia auditiva que se sente na pele.

Conhecia o fado, por acaso já aqui publicado, do repertório do Ricardo Ribeiro

Este fado tem letra de António Cruz cantado sobre música de fado Maria Rita de Armando Machado
Mas porquê de eu ser assim
Porque trago dentro em mim
Tanta morte e tanta vida;
Esta fogueira inconstante
Ora chama crepitante
Ora cinza arrefecida

Quase sempre esta descrença
Este estado de indiferença
Ou a verdade ultrajada
E de repente, esta fé
Esta ânsia de pôr de pé
Cada ilusão derrrubada

Quase sempre a cobardia
Com que enterro no dia a dia
Meus velhos sonhos perdidos
E logo a fúria incontida
Com que esbofeteio a vida
Quando ela humilha os vencidos

Ai quem me dera ter paz
Quam me dera ser capaz,
De vos negar minha mão,
Atraiçoar um amigo,
Libertar-me do castigo ,
De te sentir meu irmão.

Depois canta outro fado, este de Mário Raínho, sobre música do fado Alexandrino da Laranjeiro de Alfredo Marceneiro, chamado Pergunta a quem quiseres e que pertenceu ao repertório de Fernando Maurício

Pergunta a quem quiseres, ao vento à madrugada,
Se deixei de te amar, se acaso te esqueci,
Pergunta até às flores, quando a noite orvalhava,
Se não eram meus olhos a chorarem por ti!

Pergunta à verde cor, dos sonhos que sonhei,
À lua, aos lábios frios, que beijei e esqueci,
Pergunta à minha dor, quantos fados cantei,
Nos mil dias vazios, em que esperei por ti!

Pergunta à ilusão das ruas do pecado,
Aos amores que não quis e que deixei p´r’aí,
Pergunta à solidão, do meu quarto alugado,
Se as loucuras que fiz, não foi pensando em ti


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sexta-feira, 1 de maio de 2009

Resultados da votação da 7ª Série "O fado que mais gosto"

O resultado da votação da última série Sobre o fado que os leitores deste blogue mais gosta não referenciou nenhum fado com mais de 5 votos, mínimo requerido para esse fado passar à final, que desde já se vai iniciar decorrendo a votação durante todo o mês de Maio.

Aos votos obtidos nesta final serão adicionados os obtidos na eliminatória