Querendo ver outros blogs meus consultar a Teia dos meus blogs

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Partir é morrer um pouco

Já me têm dito que eu publico fados velhos demais. Para mim não há fados velhos, alguns serão eternos o que é bem diferente. Eu gosto de recordar de relembrar alguns desses que já estão na galeria dos eleitos.

Pouca gente canta hoje este fado é verdade, também porque ele ficou muito identificado na voz de António dos Santos, o marinheiro de Alfama.

Avesso à popularidade foi sempre modesto, razão porque nunca foi uma estrela brilhante, mas um inesquecível, para os amantes do fado.

Faleceu em 1993 com 74 anos.

Este fado tem letra de Mascarenhas Barreto e música do próprio António dos Santos

Caso não consiga ver o vídeo de final de página clicar >>>>>>>>>>>>> aqui

Adeus parceiros das farras

Dos copos e das noitadas

Adeus sombras da cidade

Adeus langor das guitarras

Canto de esperanças frustradas

Alvorada de saudade.

Meu coração como louco

Quer desgarrar-me do meu peito

Transforma em soluço a voz

Partir é morrer um pouco

A alma de certo jeito

A expirar dentro de nós.

Voam mágoas em pedaços

Como aves que se não cansam

I
lusões esparsas no ar.

Partir é estender os braços

Aos sonhos que não se alcançam

Cujo destino é ficar.

Deixo a minh’alma no cais

De longe canto sinais

Feitos de pranto a correr.

Quem morre não sofre mais

Mas quem parte é dor demais

É bem pior que morrer!

Quem morre não sofre mais

Mas quem parte é dor demais

É bem pior que morrer!


domingo, 25 de maio de 2008

Cansaço

A grade Amália tinha que estar presente neste blogue, se entra menos é porque não acho necessário fazê-lo , porque a Amália não precisa de divulgação, mas este fado para mim, um dos que ela canta, que mais gosto.

A letra de Luís Macedo remete-nos para conceitos de vida e morte, bem mais profundos que os habituais.

A música é do Fado Tango de Joaquim Campos da Silva, um funcionário dos Caminhos de Ferro, falecido em 1981, que também era fadista.

Caso não consiga ver o vídeo indicado no fim da página clicar >>>>>>>>>>>>>>>>> aqui

Por trás do espelho quem está
d´olhos fixados nos meus,
alguém que passou por cá
e seguiu ao Deus dará
deixando os olhos nos meus

Quem dorme na minha cama
e tenta sonhar meus sonhos
alguém morreu nesta cama
e lá de longe me chama
misturada nos meus sonhos

Tudo o que faço ou não faço
outros fizeram assim
ai de mim este meu cansaço
de sentir que quanto faço
não é feito só por mim



quinta-feira, 22 de maio de 2008

Rouxinol da Ribeira

Volto a um dos meus fadistas preferidos António Pelarigo, um grande fadista do Ribatejo, que nunca tive o prazer de ouvir cantar ao vivo.

Aqui canta um fado de Januário Pereira e música de Pedro Rodrigues-Sextilhas

Mal o dia amanhecendo
ia a Ribeira se enchendo
de gritos e de pregões
e o peixe desembarcado
é na lota apregoado
no meio de palavrões

Há muito que ali vendia
toda a gente a conhecia
a Gracinda vendedeira
dava gosto ouvir cantar
e eu sempre lhe ouvi chamar
o Rouxinol da Ribeira


Sua filha ainda garota
tão traquina tão marota
a pequena Manuela
certo dia se afastou
e junto ao Tejo brincou
que ninguém mais soube dela

Hoje de negro vestida
chorando a filha perdida
com dor sincera e verdadeira
ao mercado já tornou
mas a cantar não voltou
o Rouxinol da Ribeira



domingo, 18 de maio de 2008

Renascer

Rodrigo é um fadista da velha guarda nascido para o fado em 1975 ainda como amador, mas no início dos anos 80 abriu a sua casa de fados o Forte D.Rodrigo em Birre

Canta este fado Renascer, com Letra de João Dias

e Musica de Pedro Rodrigues-Sextilhas

Caso não consiga ver o vídeo no Guarda fados clicar >>>>>>>>>>>>>>>>> aqui

Só quem ama tem razão
mulher dá-me a tua mão
apressemos a partida.
Solta os cabelos ao vento,
e os dois à frente do tempo ,
vamos saudar esta vida.

Vamos beber rios e fontes
caminhar vales e montes
e sonhar ao mais profundo.
Há flores à nossa espera
e um canto da primavera
em cada canto do mundo


E na mais alta colina
à luz do sol luz divina
respirar nossa nudez
se em amor fomos nascidos
por milagre dos sentidos
nasceremos outra vez


para ver clicar >>>>>>>>>>>>>>>>>>>> aqui

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Trago fados nos sentidos



é uma fado com letra de Amália Rodrigues e música de José Fontes Rocha

Trago fados nos sentidos
Tristezas no coração
Trago os meus sonhos perdidos
Em noites de solidão
Trago versos, trago sons
De uma grande sinfonia
Tocada em todos os tons
Da tristeza e da agonia.

Trago amarguras aos molhos
Lucidez e desatinos
Trago secos os meus olhos,
Que choram desde meninos,
Trago noites de luar
Trago planícies de flores,
Trago o céu e trago o mar,
Trago dores ainda maiores.



sábado, 10 de maio de 2008

Fado Bacalhau

Hermano da Câmara hoje monge em Singeverga, tem uma faceta mais mística, dada essa sua vocação, mas começou por ser fadista, penso que não enjeite esses seus princípios, mesmo depois de 50 anos mosteiro.

Este fado tradicional com música de José Bacalhau e letra de José Oliveira, é um caso demonstrativo duma grande voz do fado.


Não sei o que o sinto em mim,
ao ver que me olhas assim
nessa expressão tão sentida,
pois vejo no teu olhar,
que te esforças por me dar,
pedaços da tua vida.

No teu olhar tão magoado,
tem dentro bem retratado
o sentimento do amor,
porque no peito a paixão,
pesa igual do coração
tanto o prazer como a dor.

Sofres e eu bem o conheço
mas tu não vês que é o preço
deste amor desta afeição
também eu por tais carinhos
te vou dando aos bocadinhos
pedaços do coração


quarta-feira, 7 de maio de 2008

O fado de ser fadista

Este fadista é o decano dos fadistas em actividade, chama-se Alcindo de Carvalho.
Os interessados em saber mais sobre este fadista pode consultar o blogue Lisboa no Guiness, clicar aqui

Este fado de hoje é de autoria letra e música de Artur Ribeiro


Fado é destino marcado
Fado é perdão ou castigo
A própria vida é um Fado
Que o coração traz consigo
Seja canção fatalista
Ou prece de quem sofreu
O Fado de ser fadista
Foi sina que Deus me deu.

Fado é ternura
Fado é dor, Fado é tristeza
Fado é como que uma reza
De quem sofre ou é feliz


Fado é loucura,
É saudade
É incerteza,
É bem a mais portuguesa,
Das canções do meu país.

Fado é tudo o que acontece,
Quando se ri ou se chora,
Quando se lembra ou se esquece,
Quando se odeia ou se adora.
É ter um jeito de artista,
Para moldar o fado à voz
O fado de ser fadista
É morar dentro de nós

Fado é ternura
Fado é dor
Fado é tristeza
Fado é como que uma reza
de quem sofre ou é feliz.

Fado é loucura,
É saudade
É incerteza,
É bem a mais portuguesa,
Das canções do meu país.

Este fado foi editado em 2004 pela Movieplay num CD com o seguinte nome
O FADO DE SER FADISTA - ANTOLOGIA 1969-1979




segunda-feira, 5 de maio de 2008

Esta noite não

Este fado na voz da Fernando Maurício, tem letra de Jorge Fernando e música no tradicional Fado amora de Joaquim Campos da Silva

Amanhã quando acordar
Poderei, ser coisa pouca
Ou talvez, traço de boca
Ainda por desenhar

Ser algo entre os escolhos
Que se procura salvar
Ou então ser dos teus olhos
Um jeito triste de olhar

Poderei ser folha morta
Sem nunca tombar ao chão
Ou trinco velho de porta
Que só abre à tua mão

Poderei ser a razão
Dum poema feito a esmo
Porém esta noite não
Porque ainda sou o mesmo