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segunda-feira, 31 de março de 2008

Ai se os meus olhos falassem

Tristão da Silva tem que voltar aqui à galeria, cantando este fado da autoria de Jerónimo Bragança e Nóbrega e Sousa

Quanto mais quero esquece-la, vejam lá
Tanto mais me lembro dela, por meu mal
Eu não sei viver sem ela
Passo lá rente à janela
Sem ver dela nem sinal

Se a encontro por acaso, como é bom
Mas passamos adiante sem olhar,
Por orgulho quando passo
Eu até apresso o passo
Mas depois volto a passar

Ai, se os meus olhos falassem, contavam
Quantas saudades eu tenho de ti.
Ando morto por ter ver, vejo-te só a correr
Parar não ver que te perdi
Ai, se os meus olhos falassem, amor
Sabias quem te quer bem
Ai se os meus olhos falassem
Talvez a ti se contassem
O que eu não conto a ninguém.

Agora mudou de rua, vejam lá
Tem uma casa mais alta, que estadão
Agora nem parece ela, a rapariga singela
Que eu via no rés-do-chão

Mudou tanto, tanto, tanto, podem querer
Como do dia p’ra noite, tal e qual
Agora tudo o que resta, dessa rapariga honesta
É este amor sempre igual.



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