Querendo ver outros blogs meus consultar a Teia dos meus blogs

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Fado da herança

Por certo por ser muito antigo, há muitas coisas por responder na história do fado. Assim acontece com a música deste fado que aqui trago cantado por Filipa Cardoso uma estupenda fadista, do Alto do Pina em Lisboa, já com uma carreira interessante, mesmo com as pausas que decidiu passar

A outra interperete que aqui canta com ela não é preciso referir mais nada basta dizer que se trata de Argentina Santos que referirei aqui em breve

O mistério porém é o facto deste alexandrino da autoria de Jorge Fernando, que ela aqui canta, estar referência na música como o fado Pierrot de Alfredo Marceneiro, quando é a mesma música do seu menor em Versículo.

Sem dúvida que se trata da mesma música e o facto do próprio Alfredo Marceneiro ter cantado um fado a que chamou Pierrot com letra de Linhares Barbosa, em versículo, não justifica, quanto a mim, que se estabeleça confusão

Eis a letra que retirei do blog Fados do fado, a quem como sempre agradeço

Porque me toca tão fundo, a sua voz
Sem regresso, no meu peito ela se esconde
Como um pássaro de luz voando a sós
A pulsar dentro de mim, não sei bem onde

É um canto a revelar toda uma vida
Que a escolheu para lhe dar todas as dores
E a pele que se arrepia em mim vencida
Por lhe sentir a tristeza e os desamores

Como a alma transparece, de que lei
É refém a minha alma presa á sua
E sem querer chorar, tão triste chorei
Como a chuva sem pedir, molhando a rua

Fecha as mãos e no seu rosto tenso e sério
A expressão dum fado intenso, quase um medo
Meu anseio é desvendar o seu mistério
E saber da sua voz o seu segredo

Cantado por Argentina Santos

Se há segredo no meu canto, nem eu sei
Não te posso revelar, se não conheço
Sei que a vida me pesou, e pesou bem
E o cantar é o desabafo que mereço

De menina, guardo as fomes que passei
Das tristezas, não há nó que se desate
A cantar, toda uma vida me entreguei
E o fado é um coração que ainda bate

E um dia, quando o tempo me levar
Num destino que p'ra todos está guardado
Deixarei, p'ra quem gostar do meu cantar
Toda a gratidão do meu ultimo fado


1 comentário:

quimfadista disse...

Na minha modesta opinião,o estilar do Marceneiro no Fado Pierrot de Versiculo é diferente porque não existe rima (é quase como contar uma história).No Fado Menor com Complemento de Versiculo vulgar existe uma rima,como neste Fado da Herança. A bem do fado , um abraço !