Dona do chamado vozeirão, lembro-me dela no inesquecível Ferreiras em Lisboa, e o seu famoso baté o pé no chão, com que terminava alguns fados, dando expressão à alma com que viva cada fado
Hoje relembro-a aqui cantando o fado Ninguém quer saber de mim, uma letra de João Dias para o fado Proença de Júlio Proença
Não me perguntem quem sou,
onde vais pra onde eu vou
ou se estou triste ou contente,
barco de vela rasgada,
sigo ao encontro do nada,
que me chama do poente.
Meus olhos plantaram estrelas,
ninguém se ergueu a colhe-las
que se apagaram cansadas
esta é a noite mais escura
este negrume perdura,
sem esperança de madrugadas.
No mar da minha ansiedade,
naufrago até a saudade,
do que já fui e passou,
Não queiram saber de mim,
que eu sigo direita ao fim,
contente de ser quem sou
A guitarrada der hoje é pelo conjunto de guitarras de Raul Nery interpretando Variações sobre o fado corrido
1 comentário:
Grande Júlia! Obrigado pelo post.
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