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sexta-feira, 23 de julho de 2010

Negro Xaile


Volto a falar de António Pelarigo esse fadista ribatejano de eleição, que para muitos permanece incógnito, injustamente incógnito, mas insisto que a sua qualidade, merece muito mais

Este fado tem a assinatura de Jorge Fernando na letra e na música

Põe o negro xaile
solto nos teus ombros
Quero ouvir cantar
Porque em minhas mãos
há uma guitarra
Pronta p'ra trinar

Estranhas ouvir o meu fado
falar de saudade
E dizes que é triste demais
para a minha idade
Mas sei que é o meu destino
cantar nosso fado
Que já minha alma invade

Por isso

Põe o negro xaile
solto nos teus ombros
Quero ouvir cantar
Porque em minhas mãos
há uma guitarra
Pronta p'ra trinar

Em sonhos ouvi uma voz
sussurrar-me o fado
Timbrada, dizia-me assim
vou estar a teu lado
Então pensei que essa voz
fosse a minha alma
Ou a voz do próprio fado

E então

Põe o negro xaile
solto nos teus ombros
Quero ouvir cantar
Porque em minhas mãos
há uma guitarra
Pronta p'ra trinar


terça-feira, 13 de julho de 2010

O fado e os fadistas estão de luto


Disseram-me hoje que o nosso amigo António Ferreira proprietário do restaurante OS Ferreiras em Lisboa, tinha falecido.
.
A notícia já era esperada há uns tempos e infelizmente aconteceu. Foi nessa casa que Fernando Maurício, cantou as últimas vezes, já que era dele a direcção artística daquela casa nos seus últimos anos de vida

Tantos artistas por lá passaram e muitos outros lá cresceram para o fado como Ricardo Ribeiro, Diogo Rocha ou Ana Maurício.

Associo-me à dor da sua esposa e do seu filho

Aqui numa desgarrada numa daquelas noites lá no Ferreiras ei-lo a abrir a desgarrada, onde se reconhecem

Dr, Crescêncio Pinto
Tó Lisboa
Júlia Lopes
Diogo Rocha
Artur Batalha
Jorge Fernando

Guitarra Portuguesa: António Pinho
Viola de Fado: Tenente-Coronel Américo Leite


*****

E sozinho numa das suas pausas no imenso trabalho que tinhas nas noites de 6ª e Sábado


Que descanse em paz amigo António

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Prece


Este fado faz parte dum CD recentemrnte lançado onde se registam interpretações de 18 fados onde Carlos Zel a solo ou em duo com fadistas ou músicos, e ainda a introdução de Júlio César, a quem se deve a ideia das "Quartas de Fado", interpreta alguns exitos desses eventos


Esta Prece tem letra de Pedro Homem de Melo e música de Alain Oulman

Talvez que eu morra na praia
Cercado em pérfido banho,
Por toda a espuma da praia
Como um pastor que desmaia
No meio do seu rebanho

Talvez que eu morra dum tiro
Castigo de algum desejo
E que á mercê desse tiro
O meu ultimo suspiro
Seja o meu primeiro beijo

Talvez que eu morra entre grades
No meio duma prisão
E que o mundo, além das grades
Venha esquecer as saudades
Que roem meu coração

Talvez que eu morra no leito
Onde a morte, é natural
As mãos em cruz, sobre o peito
Das mãos de Deus tudo aceito
Mas que eu morra em Portugal